[21] A Reunião Oficial dos Comensais da Morte

254 19 258
                                    

Ah, a magia... como ela me impressiona. Nestes meus quase oitocentos anos (ainda irei completar) tem coisas que nem mesmo eu conheço, um ser quase milenar. O poder em nossas mãos... podemos simplesmente desaparecer e reaparecer, transformar animais em objetos, fazer bolas levitarem, transformar lares em coisas perfeitas... tudo isso podemos realizar apenas com toques de varinhas, mas sabem o que magos e bruxos preferem fazer? Ficar brigando que nem uns idiotas para ver quem tem o sangue mais mágico do que o outro. Muitos destes espertos que apenas pensavam em "sangue mágico", acabaram sempre caindo em desgraça... os intitulados Maria Isabel, Gellert Grindelwald, o mais recente deles, o infame e despreparado Lorde Voldemort... que blasfêmia usar uma palavra tão forte como "lorde" para um completo amador... até mesmo a minha mãe era assim... e por ela e pelo meu pai esse erro nunca mais irá se repetir. Está na hora de parar de usar disfarces e conquistar o mundo mágico com um verdadeiro significado, mais digno, mais justo. Vou destruir o último descendente daquele que matou minha mãe e reverter toda a história da magia.

1

A manhã de sábado não poderia ser mais quente. A fazenda da família Thompson estava aos sons de panelas e talheres batendo, pratos voando para fora da fazenda e cheiros e mais cheiros de comida. Lauane Thompson estava na cozinha preparando literalmente um banquete, e tirava um bolo de laranja do forno e colocando em uma mesa.

— Eles já devem estar chegando... — disse a bruxa removendo seu avental e o pendurando perto da pia.

A senhora Thompson ficou diante da lareira na sala de estar, e uma chama esverdeada apareceu, saindo dela uma mulher baixa de meia idade de cabelos castanhos claros curto ondulados, nariz pequeno e pontudo e com olhos tão negros quanto a noite sem estrelas, usando uma camisa mesclando as cores verdes e preto junto com uma saia da mesma cor.

— Lauane minha querida, como vai? — Eileen Snape, se aproximou da bruxa, lhe dando um forte abraço — Muito obrigado por ter nos convidado para o almoço.

— Eu é quem fico honrada de recebê-los. E... onde está seu filho?

— Deve estar vindo. Severo adora me fazer esperar... para qualquer coisa.

A lareira voltou a brilhar, e das chamas verdes saiu um homem alto de vestes negras e imprudentes, cabelos negros lisos bem arrumados, olhos da mesma cor da mulher tão penetrantes quanto e com uma expressão marcante e um jeito de se comportar único, até mesmo que chegava a assustar um pouquinho a senhora Thompson.

— Aqui está ele. Não vai cumprimentar sua futura sogra, Severo? — a senhora Snape lhe deu um beliscão.

— Como vai, senhora Thompson? — perguntou Snape, curvando um pouco sua cabeça e dando um sorriso sem vontade.

— Estou bem, professor... obrigada pela preocupação. Err... acomodam-se... vou terminar de arrumar as coisas por aqui.

— Quer ajuda?

Enquanto as duas bruxas preparavam o resto da comida, Severo Snape analisava a mesa onde estava toda a refeição daquele almoço. Notara que havia muito mais do que apenas para quatro pessoas — e mais panelas saiam flutuando pela portinhola da porta dos fundos.

— Vamos receber mais alguém? — perguntou, passando o dedo no pano de mesa aleatoriamente.

— Ah sim. Fiz questão de convidá-los pela amizade que construímos ao longo dos anos. — Snape já sabia quem eram, já que a senhora Thompson mal sabia esconder isso de seus pensamentos — Os Weasley merecem toda nossa consideração, e resolvi convidá-los.

Snape na hora revirou os olhos apenas por ouvir o nome da família.

— Achei que seria nós quatro... e por isso aceitei, mas... como tem comida além do esperado... pensei que viriam seus parentes e não... — Snape respirou fundo para falar aquilo — ... os Weasley.

MonsterOnde histórias criam vida. Descubra agora