Cinco dias até a areia da ampulheta do Vira-Tempo cair
Severo Snape estava cada vez mais apegado a sua gatinha de estimação Nina, sem saber que ela na verdade era sua amada do futuro; Severo refletiu muito nas horas seguintes se deveria deixar Lílian para trás e seguir seu rumo. Eileen Snape, a senhora sua mãe, lhe dissera que a garota não passava de um atraso para que ele pudesse se sentir livre e quiçá poder amar alguém que o verdadeiramente merece. Lílian era uma menina inteligente, astuta e curiosa a qual Severo sempre deixava claro quando conversava com Erina na beira do rio sujo abaixo de uma grande árvore. Erina odiava ter que ouvi-lo falar de Lílian de um jeito tão masoquista, porém este era o male caso quisesse salvá-lo das garras de Tobias.
— Sabe, Nina... será que mamãe está certa? Eu devo largar a Lilian para sempre? — Erina o ignorou, balançando a cauda com charme e se sentando novamente, mas de costas — Acho que estou começando a entender os seus sinais... quando você balança o rabo e fica de costas pra mim quer dizer que está brava... — Erina não fez nada, apenas bateu a pata na frente dele — Sei... eu sei quanto odiou as duas... só que... meus sentimentos estão tão confusos... — Erina ficou olhando pra ele com pena — Está bem Nina. Eu... vou esquecer a Lílian... é, vou. — Severo pressionou o livro contra o peito — Só espero conseguir.
Na noite do mesmo dia Severo tinha subido para o seu quarto segurando um pratinho com água que colocou ao lado da cama para Erina, que fingia estar dormindo. Erina nunca pensou que ser um animago poderia ter uma grande utilidade. Nunca se revelou para Severo, fecha a mente sempre quando ele a acusa de ser um bruxo, já que descobriu recentemente que seu jovem amado era um legilimens e oclumens com extremo talento. Enquanto lia um livro para não pensar nas horas que faltavam ao regresso de Tobias, ouviu sua mãe chamar para o jantar e desceu as escadas, com Erina o acompanhando escondida.
— Jantar está servido, filho.
— Ainda bem que jantamos antes daquele pulha voltar. Obrigado por isso, mamãe.
— Não deveria chamar seu pai assim... — Eileen colocava uma concha de sopa em uma tigela para Severo — Lembre-se que...
— ... que ele é quem traz a comida para a casa? Claro que não. Já disse para a senhora que eu posso trabalhar. E outra que deu para aparecer comida do nada...
Severo também notara mais comida desde Erina chegou em sua vida; aparecia cafés das manhãs mágicos e fartos, dignos de famílias ricas trouxas que aparecia nas novelas que sua mãe adorava assistir, dispensa completamente cheia assim como a geladeira e livros para Severo que brotavam toda manhã perto de sua cama. Erina quem fez isso com o dinheiro que tinha, mas ele estava acabando e não tinha mais condições de fazer os cafés da manhã cheios.
— O salário do Tobias não dá para comprar metade dessas coisas. Alguém deve estar nos ajudando...
— Quem? A maioria aqui é tão fodida quanto a gente... a senhora que tem esse anel aí não vende...
— Não, Severo. É algo de família e não vou vender... a única coisa que restou do meu passado.
O anel de cianita verde que Snape deu para Erina no seu aniversário de quinze anos junto com uma lindíssima capa preta que pertencia a ele em sua época de escola, mas ela até agora não viu nenhum dos tais objetos (talvez estejam guardados em algum lugar secreto). Só poderiam estar falando dele.
— Grande família, não é mãe? Família essa que chutou sua bunda quando descobriram que a senhora se casou com um trouxa — Severo colocou a palavra, não apenas enfatizando que Tobias era um não-mágico, mas que também era o outro significado, um completo ignorante e preconceituoso — e foram lá apoiar a tia Eleanor, aquela puta que se casou com um bruxo de meia pataca porque ele tinha pau grande.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Monster
Fanfiction1989-1991. Ainda era difícil para Erina Thompson superar os traumas do passado, mesmo com seu namorado o professor de poções Severo Snape, sua família e amigos lhe apoiando incansavelmente. Voltar para seus últimos anos a Escola de Magia e Bruxaria...