[28] A Fuga de Hogwarts

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Por fim, Erina tomou a decisão de fugir. Era difícil ter que abandonar Hogwarts bem no seu último ano e não poder sentir mais o cheiro dos livros da Biblioteca, frequentar suas aulas preferidas, treinar feitiços com os amigos, participar dos clubes das matérias, treinar quadribol com o time da Corvinal, enfim... aquele lugar era um sonho deslumbrante, que se contasse para algum trouxa, ele diria para ela escrever um livro sobre toda a misticidade de seus pensamentos, mas também, Hogwarts virara um pesadelo sem fim.

Chantagens, bullying, tráfico — existe um aluno da Grifinória que fazia barganha de produtos proibidos nas cozinhas em seu período de detenção como capas da invisibilidade, freebies dentados amaldiçoados, poções do amor, entre outros — disputas violentas entre os alunos das casas, sadismo, sodonomia das mais escabrosas — quem lhe contou essa história foi Zara, que havia um certo costume entre os formandos da Lufa-Lufa de fazer uma orgia coletiva na sala comunal enquanto os outros alunos estavam dormindo; alguns de anos mais baixos também participavam a partir de "pagamento adiantado" — assassinatos, criaturas perigosíssimas andando pelos corredores do castelo, escadas que se movem aleatoriamente com risco de algum aluno cair enquanto elas mudam entre outros causos que sempre eram recorrentes — com a novidade claro, de uma aluna estar tendo um caso amoroso com um professor.

Parece que há mais coisas ruins do que as boas, não é mesmo?

Pois era assim que Severo Snape via a escola em seus anos como estudante, e como Erina queria discordar dele e defender Hogwarts, mas com tudo que presenciou era impossível de discordar. Hogwarts era sim um lugar de sonhos, mas também de pesadelos. E com a presença de Patrícia Rakepick como professora, carregando toda a energia negativa das magias negras de Lorde Kars, empesteiava aqueles corredores rústicos pior do que a patrulha de dementadores a procura de Georgino e Elder há dois anos atrás.

Mas também, o medo tomou conta de seu consciente e como se arrependera de ter chamado o amado de "egoísta" — se tivesse como cortar sua língua ao meio, assim faria — e com a certeza de que, mesmo com seus comportamentos lamentáveis, Snape a amava e continuaria a protegê-la.

Acordando naquela manhã pós-Halloween, Erina saiu de sua sala comunal para encontrar seus amigos, como combinado. Os fantasmas das quatro casas rondavam os corredores, cumprimentando os alunos pertencentes de cada uma. A Dama Cinzenta claro, quase não falava com ninguém, mas levantou seu vestido e se curvou quando Erina lhe deu um tchauzinho tímido. O que lhe surpreendeu de verdade, foi Sir Nicholas, o Nick Quase-sem-Cabeça, que lhe chamou.

— Olá senhor Nicholas.

— Bons dias, Erina. Aliás, por que não apareceu em meu aniversário de morte?

— Ah, senhor... acabei ficando ocupada e não pude ir... me perdoe. Mas soube que foi uma festa e tanto...

— Tivemos alguns imprevistos com o Pirraça atormentando os fantasmas e desperdiçando toda a comida que demoramos dias para preparar, mas deu tudo certo e agora estamos preparando mais uma celebração para o dia de finados. Este, a senhorita vai, não é?

— Vou, Sir Nicholas. — disse, com um certo desalento entre as palavras — Preciso tomar café agora. Nos vemos entre os corredores.

— Mande condolências a Dama Cinzenta.

Erina não queria decepcioná-lo, mas não iria comparecer a festa de finados, pois seria justo o dia de sua fuga, e este seria o assunto envoga daquela conversa. Ever, Hal, Zara e Lexie estavam na mesa da Lufa-Lufa como dito ontem a noite após o banquete, e pareciam um pouco irritados.

— Demorou, hein? — indagou Ever — Eu acordei antes de você achando que estava aqui...

— Desculpem-me a demora, mas o Sir Nicholas acabou me chamando e ficamos conversando um pouquinho, mas bem, vamos ao que interessa de verdade... — Erina se sentou no banco que Hal estava sentado, do lado direito da mesa — ... irei embora de Hogwarts.

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