Monster

[22] Nurmengard

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Erina tinha que mandar uma carta urgente para Hal falando da existência da Câmara, mas será que ele acreditaria? Há tempos em que Hal ouvia os alunos da Sonserina comentando sobre esse lugar, e como seria prazeroso ver o Basilisco assassinando todos os sangues-ruins que poderiam existir em Hogwarts. O problema disso tudo é que a história o assustou tanto que ele mal poderia ouvir a palavra Basilisco que já sente medo. O ódio e a aversão perante seus colegas sonserinos, que sempre demonstraram nojo por um nascido-trouxa ter parado em sua "santa casa" o assustara de um modo que teme até mesmo a pior das lendas envolvendo seu fundador. Porém, Erina sentia que não poderia omitir isso dele e cometer o mesmo erro que Rowena Ravenclaw fez. Teria que achar aquele monstro, e se existir, matá-lo para que ele não possa fazer nenhuma vítima.

Erina continuou com seus estudos, verificando cada ascendente e palavras do Anaglyph, para que possa ler os feitiços e coisas ainda mais secretas escritas por Merlin, mas tudo que conseguia pensar era naquela maldita Câmara. Escreveu mais coisas no livro, e o mago só lhe contava sobre suas aventuras com os Cavaleiros e nada dos segredos obscuros. Precisava logo aprender a escrever e falar aquelas runas.

Enquanto isso, a Casa de Repouso para Bruxos Avançados — que estava em planos para mudar seu nome e se chamar Lar St. Oswald para Bruxas e Bruxos Idosos, apenas precisava de uma autorização do ministério para o feito — estava em plenos pulmões com os lamentos de Eileen Snape após a partida de Newt Scamander. Choros eram ouvidos por todos os moradores do segundo andar, irritando Mérula de um jeito que nunca antes ela ficara, e parecia estar arrependida de ter aceitado o emprego de aprendiz. Em um dia qualquer do final de junho, Mérula andava pelos corredores quando Angus Iowe a abordou apressado.

— Ei, garotinha... venha aqui um pouquinho.

— O que o senhor quer? Preciso voltar a limpar os quartos...

— É rapidinho, eu prometo. Preciso que... me dê um informaçãozinha...

— Diga.

— Você, é filha dos Snyde, certo? Então deve saber disso... e-eu só queria saber se... o filho da Eileen é um Comensal da Morte.

Mérula se afastou alguns passos, mas sua vontade real era fugir para muito longe e deixá-lo ali. Em contratempo, Eileen Snape passava pelo corredor, quando ouviu o seu nome provir de Angus e se escondeu atrás de uma fresta.

— Por que o senhor quer saber?

— Só porque esse garoto tem umas atitudes estranhas, entende? Ele é tão frio com a mãe... sei que Eileen não é uma pessoa das mais fáceis de se lidar, mas... eu fiquei assustado com o jeito que ele a tratou ontem. E não querendo ser preconceituoso... e-ele é o diretor da Sonserina... talvez possa estar envolvido com essa gente. — Mérula tentou disfarçar olhando para baixo — Não se preocupe que isso, vai ficar só entre nós dois. A Eileen não precisa saber. Imagina que decepção para ela se descobrisse algo do tipo... esse andar iria vir abaixo com os gritos e choros, é...

— O-olha, é melhor que o senhor esqueça isso, tá? Eu tenho mesmo que voltar para o meu trabalho.

— Está fugindo é porque sabe de alguma coisa... eu sei quando alguém mente para mim, minha cara...

Mérula se irritou.

— Tá bom. Ele é sim um Comensal da Morte. Satisfeito com isso? Agora me deixa trabalhar, por favor...

Eileen colocou as mãos na boca e abafou seus gritos. Uma mistura de tristeza e raiva pairava sob seu consciente... o seu pior pesadelo tinha se concretizado: seu filho se tornou um extremista. Por algum motivo aparente, Eileen não conseguia culpar Tobias ou até mesmo Lúcio Malfoy por isso. Suas lembranças apenas se focaram em uma pessoa: Lílian Potter. Estava a culpando silenciosamente, pois nem chorar conseguia. Claro que Mérula poderia estar mentindo pela pressão colocada por Angus, mas por que diabos esconder isso sendo filha de dois Comensais? Eileen analisou praticamente tudo, e o que fez de verdade foi ir até a cozinha ajudar Iara com o almoço.