Monster

[5] Salvando uma Alma

Dois dias até a areia da ampulheta do Vira-Tempo cair

Erina Thompson sentia que o perigo estava cada vez mais próximo. O pequeno Severo sofreria a pior das dores, mas como iria impedir a violência sendo que não sabia quando ele iria acontecer? Erina temia que, os dias se passassem e quando acontecesse, ela não estaria mais lá para impedir. Se tentasse forçar alguma coisa, poderia criar muitas brechas e paradoxos, causando até mesmo uma zona na linhagem das Thompson e dos Snape. Então iria esperar... e se caso desse a data de sua partida, não iria mais impedir.

Por isso, logo de manhã, foi até o quarto de Eileen e lhe obliviou de tudo que haviam conversado. Seu consciente disse que assim foi melhor para não causar nenhum tipo de brecha no tempo.

O penúltimo dia seguiu tranquilo, percebendo que Severo havia ficado próximo demais daquilo que ele acreditava ser uma simples gatinha, mesmo com todas as suas desconfianças de que poderia ser um animago. Erina estava achando tudo muito perigoso... se Severo ficar próximo demais isso poderia causar muitos problemas na linha temporal futura.

— É muito bom te ter aqui, Nina... — disse o garoto em um tom sonhador enquanto folheava um livro de contos para crianças bruxas, o famoso Os Contos de Beedle, o Bardo — minha mãe sempre lia esses contos para mim, sabe. Meu preferido na época era dos três irmãos, mas tem outros que gosto. Quer que eu leia um deles? — Erina sabia decor aqueles contos e não queria ter que ouvi-los de novo, então balançou a cauda em negativa — Não? Tá bem... tem outra coisa que queria te contar, peraí.

Severo largou o livro na cama e foi buscar outro, com a capa bem desgastada e mostrando em revelo um símbolo de um cálice que parecia ser dourado.

— Tenho esse exemplar graças a minha mãe que é apaixonada pelas histórias da era Arturiana. Este livro aqui é basicamente sobre eles, em especial suas relíquias... o cajado de Merlin, a Excalibur e o Santo Graal. — Erina percebia que essa história das lendas arturianas iriam cada vez mais estar presentes em sua jornada — Aqui no livro diz que ambas as relíquias foram forjadas com um metal mágico, mas não dá muitos detalhes sobre esse metal... o cajado de Merlin tinha grandes poderes e agia por conta própria na maioria das vezes que estava sob o poder do mago, e era incorruptível; a Excalibur, famosa espada do rei Arthur também tinha suas propriedades mágicas e entregava grandes habilidades de combate para quem a portasse, só que ela apenas obedecia àqueles que possuíam um bom coração, assim como o cajado de Merlin, é incorruptível; por fim o Santo Graal, um cálice que possuía o sangue de um Deus e aquele quem o bebesse se tornava imortal. — Erina se ajeitou nas cobertas, observando atenta ao que o garoto lia — Claro que... são apenas lendas, né. Pelo menos nunca se houve nenhum registro sobre essas três relíquias desde que os trouxas começaram a nos perseguir.

Aquilo era extremamente interessante... o cajado ela já tinha e a Excalibur e o Santo Graal.. coisas essas que se conseguir, se tornaria uma grande bruxa ao lado dele em seu presente. O grande cavaleiro-bruxo Sevinho Snape e sua conselheira-esposa, a descendente do grande mago Merlin vivendo grandes aventuras com mais bruxos poderosos combatendo terríveis forças das trevas... isso seria um sonho... Erina pensava nisso, e refletia... poderia formar um grupo de bruxos como os Cavaleiros da Távola Redonda, mas quem aceitaria? Seus três fiéis amigos com certeza e Snape? Se ouvisse ela falando que queria formar um grupo de adolescentes bruxos que nem saíram debaixo dos calções de suas mães, talvez ficaria louco...

— Gostou, Nina? — Erina balançou o rabo várias vezes, em positivo — Sabia. Ainda acho que você é um animago, mas tudo que vejo na sua mente são ratos, peixes e eu. E um ódio estranho pela Lily. Ok, eu sei que você a odeia, mas... por favor... não a ataque mais.