If You Want Love - Markhyuck.

Who You Are - FLASHBACK.

Desde que comecei a escrever essa história, até mesmo quando pensei em como desenvolve-la, sempre me vi na necessidade de expor a situação de Donghyuck no passado, onde ele estava cercado pelos seus pensamentos ruins e acreditando que seu mundo está desabando. Me via na vontade urgente de falar palavras necessárias e ajudar da forma que podia o Haechan, ou vários Haechan's que estão no mundo. O problema é que eu não sabia exatamente quando fazer isso, e recentemente, recebi alguns pedidos para desabafar comigo.

Pareço idiota, mas acredito muito que tudo no mundo tem um propósito, que podemos receber sinais sutis, e sinto que esse é o meu.

Por favor, não se autodestrua.
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Narradora

Haechan: 15 anos.

Renjun: 16 anos.

▪︎ Quarto do Lee. 

Era outono. O tempo estava bem frio. Haechan estava com Renjun em seu quarto. Seus pais estavam no trabalho, como sempre. Haechan sentia um enorme medo, receio e ansiedade no peito.

Era tão julgado na escola, na rua, em todos os lugares possíveis, e aquilo estava o destruindo por dentro. Como as pessoas são tão cruéis? 

— Injunnie... — chamou, corrompido pela incerteza e tristeza. 

Ambos estavam deitados na cama, debaixo de cobertas grossas, comendo pipoca caramelizada que o Huang preparou. Tinham acabado de terminar uma série.

— Hum? — murmurou, voltando seu olhar para o Lee. Estava preocupado porque o mais novo recebeu novamente os apelidos infames do canadense imbecil da escola.

O acastanhado brincava com seus próprios dedos, como se todo o entretenimento do mundo estivesse ali. Depois de consideráveis minutos, expressou seu pensamento.

— Eu acho que concordo com Mark... quem iria me amar? Eu... Não tenho nenhum talento. Não sou bonito. Não sou tão magro quanto os outros meninos. Minha voz é muito aguda também... nem a minha mãe me quis... Não tenho nada de especial. Sou cheio de inseguranças e problemas... sabe? Eu sou filho de um estuprador e mesmo que eu não tenha culpa, minha mãe estava no direito dela... — começou, dando pausas pela garganta que doía. Só se escutava o som baixo de alguns carros passando e a voz quebradiça do cacheado.

O chinês logo tratou de interromper.

— Chega, Haechan. Não mesmo. Você... — foi ignorado.

Haechan ainda não o encarava.

— Parece que meu mundo tá desabando... Ou que as oportunidades estão escapando por entre meus dedos. Eu... só me sinto muito inútil. Parece que não sirvo para nada e que estou fazendo tudo errado. Ninguém quer se aproximar de mim por ser gay, mas também tem pessoas que me chamam de doido, como Mark por exemplo... ele diz que sou mais aberração ainda depois que ele ouviu nossa conversa, quando eu disse que tinha demorado muito na terapia com a senhora Lim. Eu sinto que sou quebrado e que não consigo amar ninguém.... Sinto que tenho defeito de fábrica. Eu... sou realmente tão lixoso assim? Acho que não tenho qualidades... — começou a chorar depois de tanto lutar contra.

Aquilo destruiu Renjun. Ele sabe que Haechan guarda tudo para si ou para a terapia pois não quer desgastar seu emocional e perdendo a paciência para tentar prova do contrário. A diferença é que Renjun não se importa. Ele prefere mil vezes que Donghyuck desabafei consigo do quê ficar guardando tudo e implodir alguma dia. Porque deu melhor amigo não iria explodir, justamente por pensar tanto nos outros.