Narradora
Hyuck não teve muito trabalho em cumprir sua rotina hoje. Acordou cedo, tomou seu banho, secou seus cachos e os deixou soltos mesmo, passou seu creme corporal de morango, vestiu suas roupas e colocou seus óculos. Quando "conheceu" Mark no nono ano, de primeira impressão, não esperava que ele fosse ser alguém tão... tosco.
Sim, na SM School a escola é dos nonos até os terceiros anos. Atualmente o Lee mais novo está no segundo ano enquanto Mark está no terceiro. Lembra da aparência dele e a mudança é nem nítida. Francamente falando ele já teve a vontade de se aproximar de Mark mas isso só durou cinco segundos antes dele abrir aquele vaso sanitário que ele chama de boca.
Tomou seu café da manhã com seus pais, normalmente, foi para a escola depois de pegar seu material e se despedir dos mais velhos. Foi o caminho todo reforçando seu cérebro de que não iria cair novamente na pilha do mais velho e que dessa vez ele o enfrentaria. Hyuck não foi criado para ser fraco e ele tem seus dois pais como um incrível exemplo. São gays, estrangeiros e passaram por muita coisa para ficarem juntos. Que tipo de filho seria se fosse uma pessoa tão fraca assim? Não mesmo. Ele vai mudar. Não vai mais se deprimir pelas palavras venenosas do outro Lee.
Por outro lado, Mark acordou com uma imensa dor de cabeça. Conseguiu fazer suas atividades mas com muito custo. Seu pai fazia questão de vir ao seu quarto só para vigiar o que seu filho estava fazendo. Sempre foi assim. O garoto não sabia se era porque seu pai é um militar e gosta de dar ordens, ou se ele sempre foi esse cara tão cruel. O que sua mãe viu nele? O maior medo do mais novo era se tornar seu pai. Seu subconsciente sabia que estava seguindo esse caminho e que estava sendo destruído pelo seu progenitor assim como sua mãe foi.
Seu pai sempre fazia por onde deixar o garoto ciente das notas que deviam continuar esplêndidas para compensar a vergonha que sente em ter um filho tão preguiçoso e inseguro. Sem voz. Foi a partir desse momento que Mark começou a fazer coisas cruéis na escola. O menino de pele bronzeada e cachos acastanhados foi o maior receptor de todo esse sentimento deplorável.
Mark era uma pessoa que possui a falta de carinho dos pais mesmo que sua mãe tente ainda alguma aproximação maior. Não, sua mãe não é um monstro. Ela sempre foi boa consigo. Foi e é mãe. Não tem o que reclamar dela, apenas do seu pai, Henry.
Ele nunca foi um cara de muitas palavras, ou educado. Acreditava que disciplina construía até um relacionamento, que mulheres pilotava fogões, homens, aviões, que seu filho iria dar continuidade ao seu legado perfeito na carreira militar e assim sucessivamente. Henry transformou a cabeça de Somi. A fez uma lavagem cerebral enquanto substituía por palavras amorosas e egoístas.
Minhyung, no final de tudo, só precisava de atenção, carinho, consideração, respeito. Tudo que seu pai não proporcionava. Ele só tem, no máximo, colegas. Seu pai afastava todos os seus amigos porque dizia que amizade não existe. A vida é uma competição e perde aquele que tiver sentimentos. Jamais admitirá um filho tão fraco. Não seria digno de carregar o sobrenome "Lee". Não o seu.
Finalmente chegaram na escola e assim que o mais velho avistou Haechan na porta, foi logo o perturbar. Sua mochila pendia para o lado. Seu fardamento estava impecável, igual o do mais baixo.
Se posicionou rapidamente à frente do acastanhado que parou bruscamente, fazendo de tudo para evitar a colisão de corpos porque sabia que se não o fizesse, tudo seria pior.
Estavam próximos de novo. Poucos alunos estavam nos corredores, apenas esperando alguma ação infeliz do terceirista.
— Ora, ora, se não é o tostadinho... — falou no seu tom debochado, prestando atenção nos detalhes daquele rosto bem desenho e se praguejando mentalmente logo depois.
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If You Want Love - Markhyuck.
RomanceDonghyuck tem um canal no YouTube chamado "Haecover", onde ele posta vídeos de covers mostrando apenas uma parte do seu rosto - da sua boca para baixo, para ser mais específico -, e tem uma certa quantidade de inscritos, sendo um deles: Mark, o cara...