Chapter Thirteen

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Narradora

Flashback on

Sua cabeça estava sendo imersa na água fria. Via as bolhas que saiam da sua boca por já estar se engasgando. Enquanto a sua perda de consciência se aproximava, ele escutava as palavras dolorosas da sua mãe. 

— Por que você teve que nascer? Por que sobreviveu a porcaria das pílulas abortivas? Por que eu tive que ter a porcaria de um fruto de estupro? Você provavelmente vai ser tão nojento quanto seu pai! — falava a mulher de voz aguda e chorosa, possuída pela ira.

As perninhas de Hyuck se mexiam em pura luta, mas sequer alcançavam o chão. Suas mãozinhas deslizavam pelo fundo da banheira. Se estivesse tendo tempo para pensar, seria: por que eu mereço isso?

Flashback off

Acordou de repente. Seu rosto não sabia se tinha chorado ou suado demais, mas tinha seu rosto encharcado. Sua cabeça doía. Sua vista estava um pouco embaçada, respiração desregulada. Mark o assistia quietinho. Se acordou porque estavam abraçados e o canadense conseguia ouvir palavras desconexas de Haechan em pequenos sussurros.

Seu coração se despedaçou quando ouviu nitidamente ele dizendo que ele era filho de um estuprador. Por isso que ele era tão inseguro? Não pôde pensar pois sua preocupação estourou e ele logo se sentou mais próximo do menor, o trazendo para seus braços. Hyuck não o rejeitou. Na verdade, não fez nada além de chorar baixinho.

— Calma, Chanie! Tá tudo bem. Shhh! Vem cá... — O moreno pronunciava no seu tom carinhoso e rouco por ter acordado tem pouquíssimo tempo. 

Após alguns minutos o Lee mais novo retribuiu seu abraço, posicionando sua cabeça bem próxima do pescoço do mais velho. Se remexeu sobre a cama para ficar de frente ao mesmo e aconchegar-se mais em seus braços fortes. Mark estava cuidando de si de uma forma tão carinhosa ultimamente, que tipo de justificativa teria se ele não gostasse dele?

Mark deitou com Hyuck sobre seu corpo, acariciando suas costas e cabelos. O Dong ainda chorava, só que de forma mais contida. Tentou trazer mais para cima o edredom, deixando as costas do mais novo para puxar o cobertor quentinho até os cobrir completamente, logo retornando à acariciar as costas macias do mais novo.

— Desculpa... — falou com a voz chorosa. Suas mãos estavam pousadas na cintura de Mark.

— Tá tudo bem, solzinho! Volte a dormir, hum? Ou deseja conversar? — falou no mesmo tom baixo que Hyuck já que estavam bem próximos um do outro.

Haechan prontamente se opôs.

— Não posso... tenho que voltar para casa cedo. Ainda temos aula hoje... — disse, já tentando se soltar de Mark, porém, não teve sucesso. O canadense o abraçou ainda de forma mais forte.

Não queria deixar o mais novo ir assim. Queria que ele voltasse a dormir naquela cama quentinha consigo, aproveitando a madrugada, o ar condicionado, e o silêncio que ali tinha.

Sabe outros detalhes incrivelmente lindos? Os cabelos de Hyuck assim que ele acorda, os olhinhos pesados, o biquinho mais fofo do mundo. Não tem rostinho amassado mais belo que o do mais novo.

— Eu tenho que ir, você sabe. E pra quê todo esse chamego? Você mesmo disse que não gosta de mim... — Haechan falou, se soltando e sentando novamente na cama.

Minhyung franziu o cenho, confuso, vasculhando sua cabeça a procura de tal frase e quando lembrou, se praguejou mentalmente. É, não gosta dele; ama ele! 

If You Want Love - Markhyuck.Onde histórias criam vida. Descubra agora