Chapter Three

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Narradora

— Lee Donghyuck... — sussurrou para si mesmo, olhando para o teto depois de tomar um banho quente, vestir suas roupas casuais e se deitar em sua cama.

Respirou pesado ao se lembrar da cena na piscina, tendo a certeza de que foi longe demais porém não vai pedir desculpas. O que sua mãe diria se soubesse disso? Seu pai teve que sair para trabalho e bom... a carreira militar toma muito tempo dele. Dessa vez ficaria longe por seis meses e bom, Mark não sentiria falta.

O Lee já teve um momento na infância em que se encontrava com sentimentos pelo amigo. Jeno. Conhece ele desde seus cinco anos. As coisas ficaram complicadas para si no auge dos 10. Ele começou a pensar no que sentia pelo melhor amigo e quando se deu conta... Ele ficou muito triste. Não que ainda não fique... pelo menos ele não se confessou, mas já sentiu algo sim.

Com seus 12 anos ele "experimentou" uma boca masculina de verdade e aquilo só o afundou mais no buraco que tentava sair. Principalmente porque espalharam boatos que chegaram aos ouvidos do senhor Lee. Foi quando começou as idas na igreja. Sempre que tinha qualquer evento de lá, a família Lee estava presente. Lembrava também que seu pai o aguardava em casa com um cinto encouraçado sobre a mesa enquanto lia um jornal recente.

A voz dele soou tão fria e assustadora naquele dia quando perguntou: "Então quer dizer que agora você dá o rabo para outros meninos? Isso é verdade?" O menor engoliu tão seco que sentiu sua garganta doer pela vontade de chorar. Negou tudo que podia, mas seu pai o bateu com aquele cinto diversas vezes. Lembra claramente das marcas.

Mas, apesar de tudo, Mark ainda achava que era só uma fase e teve a certeza de que não era com seus 15 anos. Sites eróticos. Procurou por pornô gay e depois de se atingir seu ápice com a imagem de caras transando... ele sentiu ira, para logo depois se sentir um lixo. Sentia-se tão triste que só foi tomar um banho e dormir. Passou quase um mês inteiro remoendo isso e só enfim entendeu que de fato ele gosta de homens. As mulheres continuavam atraentes para si e lá foi ele pesquisar mais.

Com 17 anos ele tinha consciência da sua bissexualidade. Nunca mais ficou com nenhum menino depois do seu primeiro beijo com outro. Ele não se aceita. Acha que veio quebrado mesmo que já tenha entendido seu lugar naquela bandeira colorida...

Mark lembra de como Hyuck ficou e toda vez aquilo machucava um pouquinho mais o seu coração. Não queria ultrapassar os limites. Seu objetivo não é a morte, mas também não deixava de ficar pensativo sobre a última fala do mais novo. O outro Lee seria capaz de fazer algo consigo? Mas claro que sim, burro, você também só faz e fala merda para ele...

Ainda assim ele foi para a escola naquela terça-feira. Não viu Hyuck e nem Renjun em nenhum momento. Estava seguindo sua rotina de forma receosa e toda sua hesitação tinha o motivo como Lee Donghyuck.

Iria para o clube de natação. Seguia fazendo todas as suas tarefas rotineiras. Estava tudo normal até ele vestir sua roupa de banho. Seu peitoral estava coçando intensamente. Praguejou até a última geração de Donghyuck quando viu o bilhete que tinha ali no seu armário. Depois que prestou atenção no local abaixo da sua veste.

"Babaca, agora você encontrou sarna para se coçar. Não vou baixar mais a minha cabeça."

Pó de mico. PUTA QUE PARIU!

Sim, Mark foi até a enfermaria correndo. Seu corpo provavelmente iria ficar vermelho. Haechan não exagerou na quantidade, colocou só um pouco porque sabe que aquilo é para ser apenas um aviso de que esse ano ou ele para, ou ele para.

O acastanhado passou um bom tempo pensando no quê faria. Não surgiu muita coisa na sua cabeça, mas ele adorou a ideia do pó de mico. Antes de tudo ele pesquisou certinho quais as consequências. Ele foi de forma sorrateira até a enfermaria. Não tinha ninguém lá, aparentemente.

Quando menos esperava, Mark aparece de peito nu e o puxa pelo pulso fortemente. Ele tinha tomado um banho caprichado, além do seu corpo já ter recebedio o devido cuidado como um pouco de pomada e curativos.

O corpo dele realmente é muito bonito, não tem como negar.

— Então agora vai ser guerra, tostadinho? — perguntou num semblante desafiador e furioso, mas aquele sorriso debochado ainda dominava seus lábios.

Hyuck franziu o cenho em raiva e se aproximou mais ainda, peitando Mark.

— A guerra começou a partir do momento que eu quase morri afogado por sua causa. Tem sorte que não procurei quase te matar também, seu babaca! — falou entre dentes, puxando bruscamente seu pulso e se afastando de Mark.

Minhyung estalou sua língua no céu da boca em pura raiva. Ficou um pouco frustrado porque notou que Hyuck não teve nenhuma reação sobre seu corpo... poxa... todas as meninas tem uma boa reação sobre minha aparência, por que ele não? Ele é gay...

— Ah, que seja! Eu aceito essa guerrinha idiota. Vamos ver até quando você aguenta. — falou Mark no seu tom debochado de sempre, olhando para Haechan e se aproximando à passos lentos.

O acastanhado só ia dando passos para trás, ainda com as sobrancelhas quase se juntando. Seu corpo foi parado pela bancada que contém alguns conteúdos médicos. Mark se aproximou com seu sorriso ladino, com seus olhos pretinhos olhando todos os detalhes do Lee de pertinho. O mesmo gloss que deixavam os lábios do outro tão chamativos.

Colocou suas mãos sobre a bancada, com Haechan entre seus braços. Quando ia se aproximar mais ainda, Hae soltou uma fala que retirou toda a presunção do Lee.

— Eu posso ser gay, mas eu sou um gay que ainda tem pó de mico, e você ainda é um simples homem sem ao menos uma blusa. — falou baixo por se sentir um pouco intimidado, mas ainda o encarou seriamente.

Mark deu uma risada soprada. Pelo menos eles conseguiu o que queria. Já tinha uma ideia de como provocar o outro.

Pegou a pomada e o remédio que a enfermeira o deu para tratar dos vermelhos em seu corpo, se afastou um pouco de Haechan e os colocou no campo de visão do mesmo.

— Eu entendi, tostadinho. — disse num tom humorado, sorrindo fraco, logo se retirando dali depois de pegar sua bolsa e roupas.

Hyuck soltou o ar que nem mesmo sabia que estava prendendo, ficou ali processando que no final de tudo caiu na porcaria da pilha do mais velho. Ficou puto porque seu corpo reagiu de uma forma que não devia.

Minhyung saía da escola com vários pensamentos e ideias em mente. Hyuck tem cheiro de morango. Tão cheiroso... e Mark tão fudido porque sabe muito bem que mesmo que ele não seja uma maçã, é um fruto proibido. Um fruto proibido que deseja muito e está tendo muitas oportunidades para ceder a tentação.

Foi tirado dos seus pensamentos quando ouviu a voz de Hendery e Dejun conversando numa das mesas do lado de fora da lanchenete próxima a escola. A fala de Hendery fez com que Mark se escondesse na velocidade da luz atrás de algum carro próximo à eles.

— Yaaa, Mark nem liga para aquele garoto! Brincar com ele um pouquinho não vai fazer mal... você já viu o corpo dele? Ele tem cara de ainda ser virgem, mesmo com aquele corpo... — falou Dejun de forma relaxada enquanto espreguiçava seu corpo sobre a cadeira.

Ambos deixaram claro a opção sexual que possuem, na escola. Mas ninguém tem coragem o suficiente para espalhar para fora dela. Eles fazem artes marciais e que tipo de pessoa idiota iria peitar esses dois de frente, consciente dessa informação?

Mark sentiu tanta raiva. Queria afundar seus punhos na cara daqueles dois. Ninguém pode mexer com Donghyuck. Ele sempre foi exclusividade de Mark. Ninguém mexia com ele a não ser Lee Minhyung.

Hendery riu em escárnio.

— Eu vou me aproximar... daqui pra sexta eu arranco muitas coisas dele. — disse de forma humorada.

Mark saiu dali. Puto. Se controlando para não voar na cara daqueles imbecis. Seu pai não está em casa mesmo, então que se foda.

If You Want Love - Markhyuck.Onde histórias criam vida. Descubra agora