Chapter Six

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Narradora

— Por que faz essas coisas cruéis com o Lee? — perguntou, Somi, com sua voz rouca e baixa.

Iria por partes. Primeiro bullying. Isso é uma assunto muito importante e que requer muita atenção. O que diabos seu filho tinha na cabeça para ficar maltratando outras pessoas? Depois falariam sobre a sexualidade dele. Somi sempre desconfiou já que sempre acreditou que um boato que perdura por muito tempo em um lugar, é porque alguma coisa tem. E, bom... em algum dia ela acabou tendo que acessar o notebook do filho para fazer uma inscrição num site e acabou vendo o histórico sem querer...

Mark segurava suas lágrimas porque não tinha o direito de libera-las.

— Eu... gosto dele. Desde que ele entrou na escola dois anos atrás. Donghyuck sempre foi um menino alegre e eu amava vê-lo jogar basquete. Ele era incrivelmente bom. Os cabelos dele não estavam tão grandes como agora, porém, seus cachos continuavam somando ainda mais à beleza dele... foi quando meu inferno começou de fato. Eu queria o diminuir. Fazer com que ele ficasse tão pequeno e insignificante que coubesse numa caixinha de brincos para eu jogar todo aquele sentimento ridículo por outro homem no lixo. Ele parou de jogar basquete. Eu não via mais ele gritando ou fazendo piadas de tiozão com seus colegas porque eu sempre estava lá o esperando para falar merda. Ele também já não lia mais na biblioteca. — fez uma pausa limpando rapidamente as lágrimas que saíam dos seus olhos. 

Mas, logo retornou a sua fala. Sua mãe entendeu onde seu filho queria chegar então apenas o escutava enquanto acariciava as costas dele. Era fascinante ver seu menino procurando palavras para tentar definir com exatidão os traços de alguém que tem fortes sentimentos.

— Uma vez eu o encontrei dormindo sobre a mesa. A cabeça estava deitada em alguma página qualquer. Seu rosto era tão sereno... tão... milimetricamente planejado, sabe? Os cabelos esparramados, o óculos preto redondinho, a boquinha um pouco aberta... enfim, eu não podia mais ver aquela obra de arte porque passei a persegui-lo ali também. Consegui achar até o cantinho de paz dele debaixo de uma Sakura que fica quase rente as delimitações dos muros da escola. Ele descansava calmamente lá com o melhor amigo dele... Eu ouvia as conversas dele e também ficava muito bravo quando ele me chamava de boboca ou imbecil, mas não tirando a razão dele, né... — sua fala terminou num tom risonho, mesmo que triste. 

Somi estava um pouco chocada com a forma que ele guardava detalhes do Lee mais novo. Imagina quantas outras memórias devem ter na mente desse garoto? 

— Por que você continua fazendo isso? Já está na hora de parar. Os pais dele já vieram falar comigo uma vez, dizendo que Hyuck estava tendo pesadelos e chorava em casa... — a mais velha disse, desapontada e completamente triste.

Mark só conseguiu se sentir pior ainda.

— Eu... não vou fazer mais. Eu só quero ser eu mesmo. Eu tô tão cansado, mãe... você ainda me ama? Mesmo que eu goste de homens também? Eu... tô tão de saco cheio disso. Não quero fazer o Haechan chorar de novo. Queria que ele cantasse pra mim, ou que ele sorrisse daquela forma brilhante em minha direção... Eu só queria ser eu mesmo sem precisar ter que apanhar até que minhas coxas ficassem roxas. Eu só quero ajudar o Haechan porque agora tem pessoas de fato cruéis mexendo com ele e ele me deu um show de moralismo ontem porque eu o disse para não se aproximar deles. Eu tô tentando, mãe. Me desculpa por ter te feito passar por isso tudo, porém eu sempre vivenciei um inferno interior. Minhas notas decaíram demais quando comecei a me questionar sobre eu mesmo. Tudo isso normalizou quando ele chegou em minha vida. Minhas notas aumentaram porque eu irritar ele ao ser o primeiro do Ranking. Mas, ele tomou de mim facinho já que ele é muito inteligente... estou feliz assumindo o terceiro lugar. — falou de forma tão rápida que Somi ficou uns minutos processando as informações.

If You Want Love - Markhyuck.Onde histórias criam vida. Descubra agora