If You Want Love - Markhyuck.

Prólogo

Lee Minhyung

A música da vez era Shameless da Camila Cabello e eu tenho que admitir: a voz do Haechan ficaria maravilhosa em qualquer tipo de canção. Sua voz parecia com a mescla de um bebê e um anjo. Era um pouco fina mas também com alguns traços masculinos. Eu, particularmente, adorava as vezes que sua língua parecia "meio presa" enquanto ele fazia suas lives, ficava incrivelmente fofa. Ele também tinha um sorriso muito fofo. Dava vontade de colocar ele em um potinho e ficar alimentando por pequenos pedaços de comida.

Mas, boa parte das músicas de Haechan me faziam lembrar de uma pessoa que não sai dos meus pensamentos. Algo que não deveria acontecer. E o pior: isso tudo tem dois anos. Desde que essa pessoa entrou na escola em que frequento, não consigo o tirar da minha cabeça e como eu falei: ela não devia estar aí. É um menino, cujo nem o nome eu sei, e eu senti atração por ele. Eu não gosto dele. Me sinto horrível por sentir isso por um cara.

"Mas Mark, você detalhou bastante a voz do Haechan, o sorriso, pipipipopopo..."

Sim, mas qualquer pessoa pode notar esses traços em qualquer outra pessoa. É algo bonito de ouvir e ver, saca? Noto os pontos bonitos dos meus amigos, de amigas, pessoas que não conheço e afins... A questão que diferencia é: Eu sinto atração.

Por exemplo: As coxas torneadas que o menino que não conheço, possui. Além do bumbum redondinho. Ficam extremamente marcadas naquele uniforme. Eu não devia em hipótese alguma sentir atração por tais traços físicos vindos de um homem, entende? Isso que me deixa puto! Por que eu tenho que sentir atração por ele assim? Por quê eu não posso ser normal? Não é o que minha religião ensinou. Não é o que me ensinaram.

Nunca tive uma oportunidade de falar com ele, mas eu sinto vontade, só não irei falar com ele. Toda vez que me aproximo dele ou vejo, ou por alguma razão do mundo a gente fica em um local sozinhos ou sei lá, passa perto do outro.... Eu não consigo parar de olhar para ele. É automático. Eu devo deixar ele muito desconfortável já que ele quase nunca me olha, e quando o faz, logo abaixa sua cabeça.

E a situação só piora... em determinado momento eu passei a diminuir ele, fazer comentários cruéis sobre o seu corpo para que eu conseguisse deixar ele tão pequeno e insignificante que coubesse dentro de uma caixinha de brincos e eu à jogasse fora. Esquecesse ele. Entretanto, é impossível e só me deixa mal. Não me orgulho das minhas atitudes mas também não deixo de fazê-las. É um bagulho complicado!

— Mark! Venha logo jantar para depois ir fazer seus deveres de casa que eu sei muito bem que você não fez, seu preguiçoso inútil! — a voz grossa e potente daquele que me trouxe ao mundo soa. Provavelmente está na sala de jantar.

Este é meu pai. Um cara super religioso que já expulsou meu irmão mais velho de casa porque ele é bissexual. Nunca mais tive nenhum tipo de contato com Joshua. Odeio meu pai, odeio as coisas que ele impõe, odeio tudo nele.

Tratei de ir jantar. Nem fome eu tinha. Minha cabeça estava cheia e advinha? Haechan e o carinha que eu não sei o nome. Meu último ano na SM School. Último ano vendo o menino de pele beijada pelo sol.

Do que eu estou falando? Saco!

Fui tirado dos meus devaneios pela minha mãe.

— Filho, pode ir comprar essas coisas aqui da lista para mim, por favor? Sei que está tarde, então não demore. — pediu, Somi, minha mãe. Sempre com seu sorriso doce nos lábios. Amo ela. Ela é um ser tão cheio de luz. Extrovertida. Inteligente. Mesmo que eu tenha descobrindo que meu pai a obrigou a virar dona de casa e ela abandonou sua carreira como cantora. Retirou de seu brilho.

Retribuí o sorriso.

— Sim, senhora. — falei tranquilamente pegando o dinheiro que me foi direcionado assim que a respondi.