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Eu tentei tanto não pirarEu criei um milhão de desculpasEu pensei que tinha pensado em todas as possibilidades

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Eu tentei tanto não pirar
Eu criei um milhão de de
sculpas
Eu pensei que tinha pensado em todas as possibilidades.
— Haven´t met you yet — Michael Bublé

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JÉSSIKA VELARK

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Após o ocorrido a uma semana atrás, as coisas pareciam amenas, no entanto, sentia-o diferente, aéreo e possivelmente distante. Nessa fatídica manhã, desperto na  companhia de um enorme buquê de rosas vermelhas e brancas juntamente com um cartão, me convidando para outro jantar essa noite — os raios solares adentram o quarto pelas frestas das cortinas, ele já não estava na cama, então levanto, meu corpo ainda sonolento devido a uma noite mal dormida.

Tomo um banho rápido, queria aproveitar o dia bom sem ter nenhuma preocupação, no entanto, havia muitas que passei a ignorar completamente, e isso foi o breve motivo para me deixar acordada por horas a fio de madrugada. Visto um vestido azul, as alças finas e o comprimento mediano, deixo meus cabelos soltos; analisando meu rosto no espelho oval, noto as marcas escuras ao redor dos olhos, sinto as cicatrizes nas costas quando me lembro da existências delas, isso faz com que tudo o que vivi nas mãos dele voltem como uma avalanche maligna pronta para ceifar minha vida — deixando o quarto, as empregadas desejam bom dia antes de entrar para fazer a limpeza, sigo pelo corredor, noto a porta do escritório levemente aberta, mesmo com receio decido ir e entrar, sendo recebida pelo cheiro suave de flores silvestres misturado ao aroma inconfundível de madeira envernizada, passo o olhar pelas estantes de livros e por último alguns papeis em cima da mesa, verifico se Sebastian não vá aparecer do nada e pego os papeis, não era nada demais, eram apenas escrituras de propriedades que necessitam da aprovação do grandioso Sebastian Velark.  

Na cozinha, pelo horário, a mesa de café da manhã ainda estava posta, portanto me sento, sirvo de um pouco de chá de frutas vermelhas e torradas, o silêncio era acolhedor, observo o dia bonito atrás das imensas janelas que dão para o jardim, percebo alguns seguranças a paisana e entre eles, Kenji conversava com a governanta — Sebastian não estava e parte de mim quis enviar mensagem ao menos para saber se estava tudo bem, porém, a cuja pelas flores, aparentemente estava. 

Grace surge em meu campo de visão, antes mesmo de deixar para lá a ideia que me surgiu de repente, a chamo. 

— Senhora Grace?

— Sim? 

— Poderia me passar o telefone da psicóloga do Sebastian? — pergunto receosa. 

— Claro, volto logo. 

Termino meu chá, desisto de comer melhor e me levanto, esperando pacientemente pelo número que me foi entregue tão rápido quanto fiz o pedido. 

— Obrigada. 

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