[ REESCRITA: INÍCIO: 12/05/2023
Sebastian Velark. Um homem poderoso. Por trás de uma bela aparência e um corpo de arrancar suspiros de muitas, há algo tremendo, maligno e demoníaco. O que ele quer ele tem e não importa o que tem que fazer. Se for p...
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Na ética o mal é uma consequência do bem, assim, na realidade da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angústia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem nos êxtases que poderiam ter sido. — Edgar Allan Poe.
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JESSIKA SCARLETT
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Minha visão estava turva, tudo absurdamente desfocado, o acontecimento passando em câmera lenta diante dos meus olhos marejados, os sons pareciam tão distantes quanto todo o restante. Era como estar totalmente submersa dentro de uma banheira, a água gelada não deixando nada de mim para fora, o pânico foi substituído por uma espécie de leveza quase sobrenatural.
Uma pré morte que aceitei de bom grado, sem lutas, sem gritos, apenas a aceitação silenciosa.
Mas estou viva, viva o suficiente para voltar ao presente e manter-me paralisada enquanto Sebastian estava sobre mim, arremetendo contra mim furiosamente. O demônio me tomava sem pudor, o sentia dentro de mim, investindo até atingir seu próprio prazer insaciável e sujo; sua mão vem novamente de encontro ao meu pescoço, sei que se tentar qualquer movimento para me livrar dele, seria estrangulada e morta durante o sexo não consentido por mim, porém foi consentido apenas por ele.
Desejava mentalmente que aquilo acabasse logo, parecia eterno, sem um fim…viro meu rosto apenas para constatar que haviam passado quase três horas, todo esse tempo ele me fodia como um animal selvagem sem raciocínio algum. Meus sentidos voltaram a ficar abafados, meu corpo amolecido na cama e olhar fixo no teto pareceu deixá-lo apreensivo, ao ponto de parar e segurar meu rosto com mais força, solto um gemido de dor e esta foi sua confirmação de que não havia me matado.
Ao menos ainda não.
Seu corpo relaxou na última investida, havia gozado pela segunda vez, o líquido dentro de mim chega a escorrer, não vejo mas sinto minhas coxas grudentas, engulo em seco por não sentir seu peso em cima de mim, essa havia sido minha punição pelo que fiz horas atrás — Sebastian deixou o quarto sem dizer absolutamente nada, ouvi a porta sendo fechada e agora podia gritar em plenos pulmões, me debato conforme a dor emocional se sobrepõe a física, o suco gástrico do meu estado volta, me viro apenas para vomitar sobre o tapete, despejo tudo, ofegando, chorando e gritando para ser tirada dali, para ser salva por qualquer um. Minha garganta queima tanto quanto entre minhas pernas, cambaleio até o banheiro, perco o equilíbrio de ponto, por pouco minha cabeça não acerta o vaso sanitário, nua, suada e machucada me encolho, chorando e lamentando uma existência que antes costumava gostar.
Odeio sentir-me imponente, frágil, ter ciência de que não tenho status e muito menos dinheiro para impedir o poderoso Velark dos seus planos tenebrosos, onde todos sem exceção me fazem viver o que há de pior na Terra.