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N/A: VOLTEI!!!!

Vou explicar mais um pouco o motivo da minha ausência e a demora absurda nas atualizações.
Aconteceram uma série de coisas em minha vida. Fui mandada embora com dengue, a pior coisa foi ficar de cama com dores e febre alta. Mas estou bem melhor, todavia precisei resolver situações pessoas e pouco tempo tive para escrever.
Mas hoje trouxe um cap curto para vocês...terei mais tempo conforme pego seguro e toda essas coisas.
Peço perdão a todas ( os ) desde ja.

Boa leitura. ♡

Sou mestre na arte de falar em silêncio

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Sou mestre na arte de falar em silêncio.
Toda a minha vida falei calando-me
e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra…
— Fiódor Dostoiévski


SEBASTIAN VELARK.

Não há um meio de saber como será nossa vida ao nascermos. Da mesma forma que não escolhemos vir ao  mundo, também não escolhemos quem chamaremos de mãe e de pai.

Sebastian estava fadado à dor e à miséria desde o ventre de Suzanna White; uma mulher de estatura média, cabelos longos e castanhos, porém mal cuidados, em meio aquela maldita vida, acometida a uma perdição da qual não faz o mínimo esforço de se ver livre, engravidou. 

O nascimento da criança foi cercado de turbulência, a mulher entrou em trabalho de parto dentro de uma das piores biqueiras de nova york, com usuários caídos pelos cantos decrépitos e vendedores sem se importarem com a viciada gritando de dor e pedindo por ajuda. Dentro da ambulância os paramédicos fizeram o parto que ocorreu de madrugada, ao chegarem ao hospital, o bebe foi levado para o setor neonatal e Suzanna para um dos quartos para receber cuidados.

Durante os primeiros dias, enfermeiras lutaram por horas a fio para manter o menininho vivo, em exames feitos constou o nascimento prematuro, desnutrição e o alto nível de entorpecentes no organismo tão novo — policiais foram chamados, juntamente com a assistência social; Suzanna chorou e se desesperou, pois negou-se a delatar o companheiro, pelas agressões que sofria e pelo uso desenfreado de cocaina e heroina. 

O nome dado foi em homenagem a um pai ausente, olhar para o garotinho pálido de cabelos ralos porém escuros, envolvidos na coberta do hospital local trouxe um sentimento materno raso, a mulher era jovem demais para ser mãe, todavia queria estar com ele, ainda que para as autoridades isso seria uma péssima ideia.

Meses depois, em uma casa caindo aos pedaços, a  morena estava jogada no chão, apagada pela droga que injetou na veia, o bebe chorava por horas, faminto, sujo, em um desespero que não conhecia, mas que já sentia desde o ventre da mulher que devia amá-lo e protegê-lo. O pai que até então estava sumido entre os bares insalubres, entrou na casa cambaleando, soltando xingamentos pelo choro incessante do bebe, encontrando Suzanna despertando atordoada, e foi neste momento que objetos foram quebrados, móveis apodrecidos jogados nas paredes frágeis, e as ordens proferidas com ódio — Sebastian havia parado de chorar, a fome o embalou em um sono profundo, dando paz aos pais que já aguardam a próxima leva de drogas para se perderem em suas próprias mentes. 

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