[ REESCRITA: INÍCIO: 12/05/2023
Sebastian Velark. Um homem poderoso. Por trás de uma bela aparência e um corpo de arrancar suspiros de muitas, há algo tremendo, maligno e demoníaco. O que ele quer ele tem e não importa o que tem que fazer. Se for p...
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As paixões que mais nos tiranizam são aquelas que nutrimos em relação à origem de nossos enganos. Nossos motivos mais débeis são aqueles de cuja natureza temos consciência — Oscar Wilde.
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JÉSSIKA VELARK
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Tudo aconteceu rápido demais. Em um momento dormia ao seu lado, em outro estava de pé, completamente desesperada, conforme o via ter convulsão severa, mal compreendo a entrada do médico junto aos residentes, palavras eram proferidas, tampouco as ouço, tudo estava em câmera lenta, e eu completamente paralisada pelo desespero.
— Senhora, Velark? — o chamado vinha longe, o estado catatonico pouco permitiu raciocínio. — Senhora? — novamente sou chamada, de imediato sinto meu corpo se mover sozinho, Denyel buscava um meio menos agressivo de me trazer de volta a realidade.
— Sim? — sussurro, movendo meu olhar diretamente a ele.
— A senhora não poderá acompanhar a cirurgia, logo traremos notícias. — informa, deixando-me sozinha no quarto.
Solto o ar e permito as lágrimas virem, meu coração dispara e de pronto a ausência do ar exime a respiração, meu corpo fraqueja, me apoio na parede e tento com muito custo manter a sanidade e por fim diminuir a crise de ansiedade que ameaça me derrubar a qualquer instante — em dez minutos me recomponho como posso e deixo o quarto, correndo pelos corredores até encontrar a ala de cirurgia, passo por enfermeiros e visitantes, minha maior preocupação é apenas no homem que fez da minha vida um inferno e agora está entre a vida e a morte.
O tique taque do relógio acima das portas duplas me chamou a atenção, ali percebo que eram quatro horas da manhã, minhas ações se mostram quase robóticas, o medo entalado na garganta, a ansiedade por respostas — um combo capaz de fazer do mais forte, alguém totalmente vulnerável e incontrolável. Meu celular vibra em minha mão esquerda, me sento sem fazer a mínima questão, sabia que era minha mãe, todavia, não poderia dizer o que estava acontecendo, e mais uma vez estou sozinha em meio ao mar durante a tempestade, sem ter para onde correr e pedir ao menos um conforto, uma segurança.
As seis horas, vejo um enfermeiro vindo, ajeito minha postura imediatamente, as portas duplas são abertas, encaro o rosto nada amistoso do homem que me parece mais um adolescente assustado.