[ REESCRITA: INÍCIO: 12/05/2023
Sebastian Velark. Um homem poderoso. Por trás de uma bela aparência e um corpo de arrancar suspiros de muitas, há algo tremendo, maligno e demoníaco. O que ele quer ele tem e não importa o que tem que fazer. Se for p...
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Deus está morto. — Friedrich Nietzsche.
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JESSIKA SCARLETT
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A descarga de dor me fez despertar num grito alto, com a visão turva busco me mover devagar, me sento na cama, grunhindo pelas fisgadas em meu ventre, a queimação entre as pernas junto ao suor pegajoso cobrindo minha pele. Flashes dos acontecimentos vinham numa onda turbulenta, ferindo meu corpo, me fazendo reviver todo o terror de novo, e de novo — bile subiu por minha garganta, o nojo do ato, a repulsa de ter aquelas mãos dele me tocando, exigindo o que acha ser seu por direito. Ele é um maníaco, um maldito psicopata que fez de mim um receptaclo de dor, angustia e lamento.
Desperto dos devaneios ao notar a porta ser aberta e uma mulher trajada em vestimentas simples e sociais, porém impecável entrar, trêmula e desesperada desço da cama quase as tropeços, a bandeja que carrega foi colocada na mesa de vidro redonda, observo em silêncio cada movimento seu, até ter seus olhos amendoados fixados em mim; suas íris transbordam de pena, numa fração de segundo me pergunto quais horrores já presenciou nessa mansão…quantas mulheres já esteve presa aqui, ou até mesmo morta por aquele filho da puta.
— Bom dia, senhorita. Irei solicitar o preparo de seu banho, será separado roupas limpas e remédios para dor. — Informa, posso ser pobre, mas burra não. Ela é a governanta.
— Não quero nada disso. Quero sair daqui. — Imploro. — Por favor! Me ajude a fugir. — Caiu de joelhos aos seus pés, o pânico tomou-me novamente, ainda que fosse um ato humilhante, não pude deixar de tentar. Preciso ir embora.
— Perdoe-me, mas não tenho permissão para tal. — Sua voz tornou-se quase um sussurro. — Minhas ordens são para cuidar e zelar por sua estadia, até que ele volte. Com licença. — Seguiu para o anexo, mantendo a porta aberta.
Ali, de joelhos sobre o enorme tapete felpudo engulo em seco, chorando conforme ouço o barulho da água sendo despejada na banheira, os ruídos dos produtos sendo abertos até que o cheiro de rosas e ervas chegasse até meus sentidos. Tudo era insano demais, seria fácil enlouquecer nesse lugar, pois creio que seja lá quem meu sequestrador seja, era influente, podre de rico — o suficiente para cometer seus atos infernais sem que as consequências caiam sobre sua cabeça.
Acuada entro na banheira vitoriana branca, meu corpo ficou submerso na água em temperatura ideal, não me preocupei com o olhar atento da mulher em meu corpo, nos hematomas roxos, por poucos minutos quis não sentir dor, portanto, encosto a cabeça na borda e deixo meus olhos vagarem pelas paredes brancas, no piso de mármore.
— Os sais de banho irão te ajudar com a dor, vai diminuir o desconforto e relaxar os músculos. — Não me movo, muito menos lhe faço entender que estou ouvindo. — Um conselho. Não o enfrente, apenas o obedeça e ele a deixará em paz. Entendo que está assustada, com medo e que ele a feriu, no entanto, não o desafie.