[ REESCRITA: INÍCIO: 12/05/2023
Sebastian Velark. Um homem poderoso. Por trás de uma bela aparência e um corpo de arrancar suspiros de muitas, há algo tremendo, maligno e demoníaco. O que ele quer ele tem e não importa o que tem que fazer. Se for p...
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Não há maior dor do que a de nos recordarmos dos dias felizes quando estamos na miséria. — Dante Alighieri.
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JESSIKA SCARLETT
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Meus passos apressados eram totalmente desordenados visto que nada pude enxergar do caminho pelo qual tento fugir — meus pés descalços doíam pelos galhos em meio a lama devido a chuva, meu coração saltava do peito na medida em que meus pulmões imploravam por um pouco de oxigênio. Paro abruptamente, caindo de joelhos contra algo que não pude ver, meus cabelos encharcados grudam por meu rosto pescoço e colo, meu desespero fez com que eu buscasse me esconder atrás de uma das árvores altas, torcendo para não ser encontrada.
Diminuindo a respiração me atento aos barulhos ao redor, além da chuva consigo ouvir passos a uma certa distância. Trovões soaram no céu, contive o grito, tentando enxergar algo ouço passos próximos e logo sua voz rouca e aguda se fez mais presente do que a tempestade.
— Pela estrada a fora, você vai sozinha, acreditando estar tranquila…a estrada é longa, o caminho é incerto. E o lobo mau já está por perto.¹
As promessas infernais estão por cada palavra dita no canto maldito e impiedoso, ele estava perto, estava vindo e iria me encontrar. Tomo fôlego antes de correr, todavia sou agarrada pelo pescoço e puxada com violência contra seu peito largo e frio.
— Achei você, chapéuzinho vermelho. — Ironizou.
— ME SOLTA. TIRE SUAS MÃOS DE MIM. — Grito em plenos pulmões, arranhando sua pele, esperneando para tentar fugir novamente.
Sua destra agarrou meus cabelos, ainda que não consiga vê-lo sinto-o, o cheiro de uísque e terra molhada, sua respiração pesada e a raiva por cada ação, cada agir — este me arrasta, sua força superior a minha não me deu outra escolha a não ser gritar, causar dor não o fez me soltar de forma alguma.
Em poucos minutos saímos da floresta, pude ver as luzes que cercam a propriedade, os seguranças com armas em punho, prontos para protegê-lo, a chuva gelada forte contra meu corpo congela até meus ossos, continuo sendo arrastada até entrarmos na casa, levada escada acima até o maldito quarto onde sou empurrada contra o chão.
— Que seja a primeira e a última vez que tenta me desafiar. — Grunhiu. — Acredite, sou perfeitamente capaz de arrancar cada membro seu sem remorso algum sua filha da puta. — O tapa atingiu em cheio meu rosto. — Isso aqui não se compara ao que planejo. Ou se comporta ou irei fazer com que a morte seja um sonho muito distante.
Não faço questão de vê-lo sair, a porta foi fechada com força, massageio meu rosto para livrar-me da ardência, o sangue se misturou a saliva, deitei no chão e encarei o teto, os clarões que vinham num intervalo de poucos minutos, ignorei os tremores, o vestido encharcado agarrado ao meu corpo. Essa era minha sina? Um destino consumado por um homem que pensa ter tudo em suas mãos quando assim deseja?