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LEIAM AS NOTAS FINAIS, PFV.

Convencido eu mesmo, não procuro convencer os demais

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Convencido eu mesmo, não procuro convencer os demais. 
— Edgar Allan Poe.

Acordo sempre no mesmo horário, sempre antes do amanhecer, tão rotineiro quanto quaisquer outras atividades que tenho que prover durante meus dias, encaro o teto cinza chumbo antes de me levantar — após a higiene matinal, visto um conjunto de moletom junto ao par de tênis  de corrida, conecto os headphones e saiu para a madrugada fria e úmida, a música me mantinha centrado a medida que corro pela avenida já movimentada, sinto o suor umedecer minha camisa, não ouso parar, paro apenas ao chegar no Central Park, a chuva fina começou quando o céu escuro aos poucos clareava…contemplo sem ânimo algum, tinha mais uma hora antes de voltar para casa. Correndo até o porto, o capuz não permitia meu rosto ser visto e reconhecido, portanto, continuo, minha respiração ofegante e suor umedecendo meu rosto e alguns fios que grudam em minha testa, um momento onde sinto estar sozinho no mundo, sem absolutamente ninguém. Fazendo retorno volto, ignorando as ligações de minha secretária e os afazeres que estarão à minha espera. 

Às seis e meia estou diante do espelho abotoando a camisa social bem passada, a pontualidade é exercida por todos ao meu redor, mantenho tudo em meu devido controle, quem permanece junto a mim faz o mesmo — não sou um homem que admite falhas, ainda que humanos sejam propensos a isso. Enquanto as notícias eram exibidas na TV, tomo um pouco do café fresco, analisando alguns emails e contratos enviados às cinco da manhã, desvio minha atenção para uma manchete a meu respeito, sobre minhas empresas e uma possível parceria com outra que tem mostrado grandes avanços positivos nos negócios. 

Dispenso os seguranças e adentro a Mercedez EQS 580 4MATIC branco, manobrando para tirá-lo da vaga e seguir para a sede de minhas empresas — analiso os carros seguindo lentamente como se não tivessem se movido um centímetro sequer, agarro firme o volante, apertando até meus dedos ficarem sem circulação. Estava tudo bom demais para ser verdade, pego o celular no bolso do paletó, procurando digitando o número e esperando impacientemente ser atendido.

— Senhor Velark! — Ouço a voz robótica de minha secretária.

— Prepare tudo para minha chegada. Chegarei atrasado.

— Já está tudo pronto, senhor.

Encerro a ligação e avanço ao notar um guarda tentando conter a fileira interminável de carros, piso mais no acelerador, ignorando as buzinas alheias e chego quase meia hora atrasado.

— Merda! — Praguejo.

Passo por todos seguindo para o elevador, pressionando o botão do trigésimo andar, encaro o painel com os números em vermelho, porra, cerro as mão em punho saindo do elevador já encontrando Amaya.

VELARK Onde histórias criam vida. Descubra agora