[ REESCRITA: INÍCIO: 12/05/2023
Sebastian Velark. Um homem poderoso. Por trás de uma bela aparência e um corpo de arrancar suspiros de muitas, há algo tremendo, maligno e demoníaco. O que ele quer ele tem e não importa o que tem que fazer. Se for p...
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Não vamos esquecer que as emoções são os grandes capitães de nossas vidas, nós obedecemos-lhes sem nos apercebermos. —- Vincent Van Gogh
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JÉSSIKA VELARK
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Sebastian estava irredutível.
Nada que eu dissesse mudava sua opinião, a cada dia que passa ele tem ficado pior, e isso me deixava totalmente apavorada. Ando de um lado a outro enquanto encaro a porta do escritório fechada, fazia dias, horas que tem mergulhado no trabalho, ignorando a gravidade de sua situação, algumas vezes até pensei que estivesse na empresa, todavia, a governanta me informava sobre seu paradeiro — penso em bater na porta e logo desisto, voltando para o quarto onde outro livro me esperava, em mais um dia de tédio e aflição.
Me assusto ao ouvir a porta sendo fechada com força, me atento para ver se ele entraria, no entanto não aconteceu, sigo com a leitura e trocando mensagens esporádicas com meus pais. Cansada de estar tempo demais ali, opto pelo estúdio de dança, nem sequer troco de roupas, não estava com a mínima vontade de dançar, apenas estar em um ambiente diferente de todos que já vi nessa fortaleza.
No estúdio deixo a porta entreaberta, fico no meio da sala, olho meu reflexo antes de me sentar no chão, abraço os joelhos e permaneço quieta. Desde a descoberta do tumor tenho tido pensamentos infernais, onde em grande parte me faz querer mesmo fugir, ir embora sem olhar para trás, conquanto fiz uma promessa na qual não posso voltar atrás — aos poucos me deito no chão amadeirado e fecho os olhos; por vinte minutos aprecio o silêncio, meu coração palpita ao cogitar a hipótese dele vir a óbito, pouco atordoada me levanto, ao me virar grito ao vislumbrar Velark parado me olhando.
— Que susto! Pare de me assustar. — peço pouco rude.
Seu olhar em mim era distante, o rosto pálido assim como os lábios rachados e ressecados, sua postura estava desleixada e cabelos desgrenhados. Estava exausto literalmente.
— O que foi? Está tudo bem? — pergunto, me aproximando devagar.
— Mais ou menos. Estava procurando por você
— O que está sentindo? — insisto
— Dor.
Me assusto com tal sinceridade, acaricio seu braço na tentativa de lhe transmitir certo carinho e conforto, ergo o rosto para ver sua face, os lumes azuis me fitavam com certa opacidade. — Precisa fazer essa cirurgia, Sebastian. Você não me ouve — minha voz embarga — Por favor, faz quase duas semanas que recebemos a notícia. Do que tem tanto medo?
Suas mãos rumam até minha cintura por baixo da camisa, tremo por quão frio estavam, não havia emoções explícitas em seu rosto, apenas uma aceitação qual tenho buscado reverter a dias — não consigo mensurar tamanho sofrimento, todavia participar dele tem sido uma angústia difícil de digerir.