Capítulo 12 - Duda

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Hoje está o maior alvoroço por aqui, além da novidade da seletiva, estamos planejando um desfile de passarela com as mulheres e crianças. A Diretora Cultural da associação conseguiu vários patrocinadores.

No pátio da ONG arrumaram um tapete longo para treinarem a postura no dia do evento, eu e a equipe que faz parte dos bastidores estamos ao redor dando dicas e aplaudindo.

Arrumei uma mesa perto para dar alguns retoques que precisar, sou cutucada por uma dos componentes da equipe. _ Que homem mais gostoso é aquele conversando com a psicóloga.

Levanto a cabeça para olhar e vejo Paulo, desejo morrer quando observo aquela mulher com ele de braços dados. Quero matar os dois, ou melhor só ele.

Viro de costas e continuo fazendo o que estava, Como vou sobreviver ao que estou sentindo, sei que não tenho beleza para competir.

Depois de um tempo vou para o final da passarela e vejo a acompanhante de Paulo interagindo com as meninas, ela está dando dicas de como caminha de cabeça erguida e quem está a sua volta presta muita atenção.

Sinto uma mão em minha cintura e quando olho Paulo está me encarando. _ Ela tem uma beleza única.

Quero dar um soco nele. _ Linda, chame a sua acompanhante e vão embora.

O diabo sorri para mim e da uma piscadinha. _ Nunca, e perder de ver você com ciuminho, não vou mesmo.

Sai andando ao encontro da moça que sorriem, de longe ela me dá um tchauzinho. Viro as costas soltando fumaça e deixo os dois palhaços.

Sou chamada para ficar com as adolescentes, apesar das dificuldades da vida com suas famílias tem a alegria da juventude e acabo descontraindo com elas. Logo sinto Paulo parar ao meu lado e fica me observando fazer um penteado em uma das meninas.

Fecho a cara para ele, olho para seu cabelo tão lindo, perfeito. O cínico me dá um sorrisinho. _ Estou te esperando para ir jantar.

Vira e sai me deixando ali com cara de pamonha. Quando termino admiro o que fiz, realmente ficou lindo, me organizo para ir embora como os outros ao meu redor. Na entrada da ONG está Paulo com o braços em volta da mulher que veio com ele, fico tentando lembrar seu nome, mas não consigo.

A tal mulher cochicha alguma coisa em seu ouvido e sai de perto indo conversar com umas adolescentes, como estou observando vejo que conversa e sorri calmamente. Se tivesse outra saída eu usaria para não passar por Paulo, infelizmente só tem esse caminho.

Ergo a cabeça e vou em frente me despedindo das pessoas que estão ao redor e quando vou passar pela porta Paulo segura a minha mão. _ Vamos só esperar a Pietra. _ tento retirar a minha mão e ele não solta.

_ Não quero ir jantar, estou sem fome.

_ Pietra já fez reserva em um restaurante e não posso deixá-la sozinha, prometi que jantaria com ela.

Puxo novamente a minha mão e ele não solta, logo a Pietra está de volta, sorri educadamente. _ Oi, nem tive tempo para conversar com você.

_ Oi, agradeço o convite para jantar, mas eu realmente tenho que ir embora.

_ Bobagem, daqui há pouco você está em sua casa. Vamos? _ Fala olhando para nós. Paulo sai me puxando pela mão que mesmo eu tentando me livrar do aperto ele não me libera, com o seu outro lado livre passa o braço por cima dos ombros de Pietra.

Nunca estive apaixonada e esse sentimento me incomoda ao ponto de sentir que quero que essa moça vá embora, em nenhum momento sorri para ela e a minha vontade é mandá-la para onde veio.

No carro Paulo me conduz para sentar atrás, o casal senta na frente, a infeliz não parou de falar um minuto contando histórias dos dois e suas viagens. Fico pensando no que esse homem quer comigo ali, não sei se topo dividir ele com ela. Esse sentimento está acabando comigo, se não fosse isso, por mim estaria de boa, tranquila, seria só mais uma trepada.

Quando chegamos ao restaurante, um lugar chique, fico deslumbrada,  percebo que tem um garçom para cada mesa do salão, não quero nem ver o preço de uma água, deve valer meu rim direito.

Na mesa Paulo senta ao meu lado deixando Pietra na nossa frente, enquanto ela fala sem parar, sorrindo Paulo abaixa as mão e começa a passar em minha coxa, sobe até a minha virilha e vai escorregando a mão para a minha buceta, minha atitude na hora é fechar as pernas, fico vermelha.

Pietra para o que está falando. _ Está passando mal Duda?

_ Não, estou bem. _ Levo minha mão para a do Paulo e retiro do lugar.

Pego o celular que ainda não devolvi e mando uma mensagem para ele.

Vai passar a mão na sua acompanhante.

Seu celular vibra na mesa e ele pega para ler, da uma risada gostosa, fico puta da vida, quando o casal é liberal sempre a outra parte sabe das intenções do parceiro, as coisas são as claras, não sorrateiramente e o que ele está fazendo é traição, que descarado.


Volto no sábado com mais um capítulo.

Espero que gostem, votem, comentem.

Bjossss açucarados.

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