Capítulo 62 - Paulo

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Fui abordado na saída do elevador no estacionamento por um homem com máscara de esqui e uma arma engatilhada apontada para a minha cabeça. _ Não se mexa.

_ Ei calma!

_ Cala a boca.

No mesmo momento que estou levando as mãos para o alto vejo os meus seguranças rendidos, um está baleado e caído no chão sem se mexer, outro sangrando com a mão no peito, um terceiro que tem os olhos esbugalhados de pânico com uma fita na boca e mãos amarradas.

_ O que vocês querem? _ Tento conversar para ganhar tempo e ver qual a melhor saída desta situação.

_ Sem fazer gracinhas. _ Diz um homem atrás de mim. _ Mãos nas costas, se tentar alguma coisa morre. _ Sou puxado e algemado. _ Anda. _ caminho até uma vam que já viu dias melhores. _ Entra logo. _ Já falam me empurrando para entrar, quando agacho para entrar, colocam um saco preto em minha cabeça.

Sentado no fundo da vam e com a cabeça coberta eles mexem em meus bolsos retirando a minha carteira e celular.

_ O Cara é cheio da grana e não tem quase nada na carteira, joga o celular fora e vamos.

Sinto a vam ser ligada, se locomover e saímos não sei para onde. A minha preocupação é o que eles irão fazer comigo. Penso em meus filhos, na Duda e os bebês que vão chegar logo, sei que estão seguros em casa.

Os homens conversam entre si, falam do dinheiro que vão conseguir com o meu sequestro. Planejam fazer contato no outro dia.

Não quero morrer e deixar Duda sozinha, nunca tomei providências para deixá-la em uma situação financeira confortável, meus filhos são meus herdeiros legítimos.

Quero viver com o Duda as coisas que ainda não tive oportunidade, ver meus filhotes nascer, me casar com o amor da minha vida.

A vam para e sou arrastado para um quarto e jogado para dentro. Ouço o barulho de fechadura, acredito que estou trancado aqui dentro. Tudo fica em silêncio.

Sento no chão e encosto na parede, o tempo passa, cochilo, não sei o que é pior o silêncio absoluto ou estar algemado sem saber onde exatamente estou.

Estou com as pernas dormentes, não sinto meus braços, cabeça começa a doer, ouço passos ao meu lado, sou colocado de pé. _ Bom dia princesa, não tente nenhuma gracinha.

Retiram o saco da minha cabeça, dou uma olhada ao redor e vejo três homens com máscaras apontando armas em minha direção.

_ Vamos fazer uma filmagem sua, só cooperar. _ Ligam uma filmadora e filmam o rosto, se movimentam.

Até agora me mantenho calado, sério, fico observando qual será o próximo movimento deles, coloca uma corrente com cadeado em meus pés, um se movimenta em minhas costas e libera meus pulsos das algemas.

Depois de passar a noite algemado, mal sinto meus braços. _ Princesa, pode usar o banheiro ali. _ Aponta o dedo para um balde no canto do quarto, da uma risada da minha cara. _ E fique a vontade em sua suíte. _ Saem rindo.

Acabo urinando no balde é impossível segurar um pouco mais, sento novamente em um canto e fico olhando para o nada esperando o tempo passar.

Cochilo novamente e sou acordado por um dos homens que chuta as minhas pernas. _Princesinha, tem gente bacana que é nosso truta que estão passando um rádio em sua procura. Então, entre a realeza e a nossa sobrevivência, meu chefe mandou te soltar.

Fico sem entender a metade do que ele fala, resumidamente acho que tem outro bandido à minha procura, acho que é isso, não pergunto nada.

Um outro cara aponta na porta. _ Malandragem, foi dado um horário para entregar a princesa, não demore.

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