Capítulo 26 - Paulo

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Acordo largado no chão, suado, fedendo a bebida, com um gosto horrível na boca, uma dor de cabeça infernal, ouço baterem na porta, não quero ver ninguém, muito menos conversar, fico quieto olhando para o teto.

Não tenho nada em minha mente, só sinto uma tristeza profunda de perda, sento e fico ali olhando para o nada, ouço a voz do meu amigo me chamando, levanto cambaleando e destranco a porta.

Anthony entra com um copo de suco e um comprimido na mão. _ Toma, vai melhorar.

Deito no chão e fico olhando o teto. _ Não sei se quero melhorar.

_ Claro que quer, ela vai voltar.

Sento e tomo o remédio, estou no automático. _ Não quero ficar mais nesta casa , acho que vou embora.

_ No momento não é uma boa opção ficar sozinho, fica na minha casa por uns dias?

_ Também não é uma boa opção, preciso ordenar meus pensamentos, obrigado por vir aqui.

_ Então levanta, toma um banho, se ajeita, vamos eu te ajudo.

Saio da academia praticamente arrastando a bunda, na sala a minha mãe me olha com olhar de superioridade. Passo por ela sem ao menos olhar em sua direção.

Meu amigo conversa mais algumas coisas fiadas, tenta me animar. _ Vou tentar ficar bem.

_ Se precisar de alguma coisa me avisa, não fique sozinho. _ Ele se despede e vai embora.

Logo entra Pietra trazendo alguma coisa para eu comer. _ Oi, precisa se alimentar, ficar bem e me contar certinho o que está acontecendo com você.

_ Você já sabe, Duda foi embora, me largou.

_ Para com isso, vocês nem eram um casal,  já estava prevendo que isso ia acontecer.

_ Não soube cativa-la como precisava, não disse claramente meu interesse por ela, sinto sua falta, só estou assumindo esse sentimento agora.

_ Então vai atrás dela, tenha uma boa conversa.

_Esse é o problema, não sei onde procurar.

_ Meu irmão, implacável nos negócios, se arma de tudo e vai para a batalha e quando é para você, seus sentimentos, não sabe o que fazer, fica na dúvida? Definitivamente você tem problema?

_ E faço o quê? Não sei para onde ela foi.

_Hooo irmão lerdo, aposto que só conversou com a Ana e ainda por cima estava bêbado feito um gambá.

_ Pietra, estou ferrado, ela desligou o telefone, por isso não posso nem localiza-la.

_ Primeiro precisa assumir para você mesmo esse amor para não ter dúvidas quando a encontrar.

_ Se eu vê-la novamente.

_ Acorda para a vida, vai vê-la, pode ter certeza. _ Pietra me encara, vejo em seu olhar que está triste por mim. _ Trocando de assunto, sua secretária está feito louca atrás de você.

_ Vou para o meu escritório, vem comigo?

_ Vou, assim começa a me inteirar dos assuntos por lá.

Desço e passo pela a minha mãe que me chama. _ Quero conversa com você.

_ Não estou disposto a conversar agora.

_ Tem que ser agora.

_ E vai falar o quê? Que a Duda não me merece? Neste momento quero que deixe eu fazer minhas próprias escolhas e não interfira, pois sei que nesta situação em que me encontro tem seu dedo, vai dizer o quê? Que eu não a mereço?

_ Vc está certo, tem meu dedo, mas ela fez a sua escolha sozinha em ir embora.

_ Se tivesse ficado, faria da vida dela um inferno. Quer saber? Não volto para casa tão cedo e espero que a sua fique pronta logo.

_ Como uma mulher como ela faria ao seu lado?

_ Não é o que ela faria ao meu lado, e sim qual a sua importância para mim e neste momento seria o meu equilíbrio.

_ Ela não é mulher para você.

_ E quem seria mulher para mim? Um capacho seu? Não obrigado, quero alguém que saiba expressar pelo menos suas opiniões.

Para a minha sorte Pietra aparece e saímos, no escritório não consigo me concentrar em nada, levanto para ir embora, me despeço de todos e vou para um flete que tenho aqui perto.


Espero que gostem, votem, comentem.

Volto na quarta-feira com mais um capítulo.

Bjosssss  açucarados.

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