Capítulo 53 - Duda

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Estou me achando linda com uma maquiagem leve, deixei o cabelo solto, o vestido caiu com uma luva, também pelo preço que paguei.

Despeço das crianças que já estão sonolentas e dá um aperto no peito em sair e deixar os meus filhos, desde que eles nasceram estou sempre em função deles é como se estivesse separando uma parte de mim e ao ver seus rostinhos lindos sinto meu coração se apertar.

Minha mãe intervém. _ Eles estão bem cuidados, qualquer coisa as babás ligam.

_ É como se eu estivesse largando eles.

_ Logo estaremos de volta, além do mais estão quase dormindo, vão ficar bem.

Concordo com a minha mãe e saímos, chegamos no restaurante no horário combinado, Paulo está lindo de terno e gravata, elegante, homem lindo, aquele que qualquer mulher tem que olhar outra vez, que faz as minhas pernas ficarem bambas e sinto as borboletinhas em minha barriga, quando me vê chega perto sorridente e me dá um selinho.

Na mesa me apresenta para todos como sendo a mulher da sua vida, mãe dos seus filhos e sua futura esposa, me acomodo ao lado direito dele e a sua esquerda está Samira toda elegante que conversa com desenvoltura com outras mulheres.

Na minha frente está minha mãe e ao seu lado um senhor que aparentemente está sozinho, todos estão vestidos elegantemente, acabo ficando agradecida pela insistência de Paulo sobre comprar um vestido bonito e ir no cabeleireiro.

Todos estão com bebidas à sua frente, somente eu e minha mãe pedimos suco. Respiro fundo e lembro que Paulo não é o meu pai. Penso em uma conversa que tive com a Ana há muito tempo sobre deixar que o amor de um homem entre em meu coração.

Sorrio para todos e a conversa na mesa rola sobre filhos, babás, escolinha a rotina do dia a dia de uma família, me divirto bastante com comentários das outras mães, sou a única que tive gêmeos deste grupo, por isso fazem algumas perguntas sobre como é ser grávida de dois. Conto que é a primeira vez que saio sem minhas crianças, elas compartilham comigo que também se sentiram mal em deixar seus bebês com babás.

Depois do jantar alguém sugeriu esticarmos a noite em um barzinho que tem apresentação de roda de samba, fico meio receosa, mas o grupo é bem divertido e descontraído topamos ir.

Minha mãe está toda sorrisinho para o senhor ao seu lado e ele só jogando charme, no barzinho senta ao lado do Senhor que sorri com tudo que ela diz, é estranho ver a minha mãe paquerando e sendo cortejada.

Todos estão acomodados com seus copos de bebidas, já estou mais relaxada em volta deles, continuo no suco, de repente uma moça de boa aparência se aproxima de nós e conversa baixinho no ouvido de Paulo, ele é todo atencioso com a garota que está tentando se esfregar nele na frente de todos.

Chego bem próxima e entro no meio deles e o beijo na boca, dou um sorrisinho, viro para a garota e falo baixinho: _ Se manda vaca e você Paulo, se afaste dela.

Ele coloca as duas mãos para cima. _ Nem encostei na Kátia.

Sou toda sorriso igual ele e sussurro. _ Cretino, imbecil, você conhece essazinha?

A biscate me olha de cima a baixo. _ Quem é você, alguma interesseira?

Meu sangue ferveu na hora, respiro fundo e só penso em manter a classe que está acabando, penso e com um ar sarcástico respondo. _ Sou a mulher da vida dele, mãe dos seus filhos e sua maravilhosa esposa, algo mais? Querida? Agora vaza.

A desavergonhada pergunta para Paulo: _ Paulo, onde arrumou essa doida varrida e barraqueira?

_ Não te interessa, mas te garante que não foi no mesmo lugar que te encontrou.

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