Harry sentou perto de mim e suspirou nervoso.
Sem palavras.
Sem toque.
Apenas o cheiro de álcool e canela.
Andei até o meu quarto - que era o de hóspedes, na época, com cores vibrantes demais - e peguei o que tinha em mente.
Quando desci e ele percebeu meu olhar, teve que recolher os pés e voltar a posição de medo.
- Podemos tirar uma foto, se você quiser... Que tal?
Ele não disse nada, apenas virou a cara e fingiu estar prestando atenção em outra coisa.
- Apenas uma, se você quiser.
Com a cara emburrada, ele se levantou do sofá, puxou a jaqueta para si e se aproximou de mim.
Lembro de estar frio por minha causa. Estava quente demais. O termostato quase gritou quando toquei nele pela décima vez, e mesmo assim, Harry - que sempre sente calor demais - não reclamou, apenas ficou em silêncio e ao voltar do quarto, estava com a jaqueta. Seu rosto parecia pácido, os lábios rachando e deixando algumas partes ter sangramentos de leve.
- Está bom aqui?
Seu corpo ainda estava longe do meu, parecíamos longe demais desde sempre.
Mas naquele momento, não estava bom.
- Vem mais perto, por favor...
Ele se aproximou, com o rosto pior ainda.
Agora, ele estava perto de mim, com os braços para trás.
Sem contato.
Sem nós.
- Você pode tocar em mim, sabia?
- Tanto faz.
Ele tocou meu ombro. Tão artificial. Tão nós.
Virei a Máquina para nossos rostos e apertei o botão, vendo o flash absorver a escuridão de nossas faces
...
- Harry?
Ele deu meia volta e parou, fitando-me.
- Eu te amo.
Ele não falou nada. Apenas continuou com a sua trágica face.
...
Ao primeiro raio de sol, meu rosto já procurava qualquer sentimento para expressar. Mesmo assim, não fiz nada. Tirei meu pijama, tomei banho, e desci para o café. Harry estava sentado no sofá, de pijama e pantufas. Quando o admirei de lado, ele logo abaixou o telefone e disse:
- O café está servido. Pode pegar.
Ele voltou sua atenção até o telefone. Me servi de uma xícara de café maior que o necessário. Forte e puro. Diferente do dele, que levava muito açúcar e leite. Me despus a sua frente no sofá. Ele ria baixinho. Seu pijama era de arco-íris. Ainda me pergunto tanto se ele ainda o detém. Não. Ele cresceu, eu acho. Não está como antes.
E sendo assim: ele desligou o aparelho. Seu sorriso ainda estava ali, disposto em sua face. Nesse período, nossos olhares se cruzaram. O sorriso se esvaiu. O único som era do ar que saía da minha boca na tentativa de acalentar o café quente. Minha mente parecia estar longe demais para pensar em algo. Meu lado pessimista estava de folga. A parte esperançosa estava cansada, pensando no que fazer com um cara bonito como ele.
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31 de 1989
FanfictionHarry Styles está feliz com a vida que tem, na qual sempre sonhou: um bom álbum, o reconhecimento que tanto merece e uma carreira estrondosa. Tudo ao seu redor muda quando Taylor Swift o propõe a volta de um contrato realizado anos antes que deseja...