Taylor mastiga mais e mais. Sem parar. E caso pare, enche a boca novamente. Bebe o vinho - ainda direito da boca da garrafa - e mastiga.
- A comida está excelente.
Por que minha roupas estavam em outro quarto?
- Uh, obrigada.
Por que essa casa tem tantos quartos?
- Onda pegou essa garrafa de vinho?
Ela deixa seus talheres no prato e põe os cotovelos sobre a mesa - essa mulher está fora de si!
- Compramos uma casa com uma adega infinita de vinho. Tem tipo umas trezentas garrafas dos melhores vinhos e mais uns dois barris.
- Com vinho?
- Do que mais seria?
Fim de assunto.
- Minhas malas...
Sou interrompido pela campainha mais alta que o continente europeu e suas ilhotas poderia ouvir.
- Deixa comigo.
Ela sai arrastando suas pantufas de gato para fora do quarto. Dou mais uma garfada e após me levantar; repito o ato que descriminei: beber na boca da garrafa. Mas, antes de sair para o corredor, Taylor já está de volta com o barulho das pantufas. Sinuosamente.
- Quem estava na porta?
Pergunto, ansioso.
- Ninguém especial.
Ela responde e passa por mim indo parar na mesa de jantar. Ao se sentar, suspira e apoia os cotovelos na mesa, puxando as mechas de cabelo para trás - algumas, por incrível coragem - voltam a desabar em sua testa.
- Quem bebeu minha garrafa de vinho?
Ela pergunta isso para mim; O componente de sua dupla nessa casa, que mais parece um hospício.
...
Minha camisa fina de algodão não parece resolver o que o sol deveria. Eu nem deveria estar com ela, penso.
Preciso de uma mais grossa.
Preciso passar o poste.
Preciso passar a lixeira.
Paro. Respiro. Olho para frente. Vazio.
Volto a correr, até parar, por ficar melancólico.
...
O quarto ao lado é igual ao dela. Cores diferentes, mobília diferente, mas com a mesma inspiração: ser um quarto para dois.
Eu ainda penso, com toda a tristeza e cheio de sensacionalismo, sobre como chegamos aqui.
Éramos duas pessoas de mundos diferentes buscando coisas simples: poder ter algo chamado seu. É o que a humanidade faz. Chamar "seu". Chamar "meu".
Eu estou apaixonado por Taylor. Gosto de estar perto dela. Gosto de quando o silêncio ultrapassa o som. Gosto dos momentos. Gosto de vê-la como minha melhor amiga. Mas não, estamos distantes, com medo e temendo a nós mesmos. "Hey, Taylor! Eu gosto de você. É suficiente?"
Não, eu não estou apaixonado. Como alguém sabe que está apaixonado?
"Hey, Taylor! Eu gosto de você e é suficiente"
Como sempre foi.
...
Agora, estou com minha xícara. Ela é pesada. Assim como o peso de ser bonito.
Não preciso de Taylor. Não preciso de ninguém. Fiquei longe dela por anos, e agora eu estou tão emocionalmente aprisionado a ela.
Isso é errado. E não vai acontecer.
Vejo meu reflexo no espelho.
Sem perceber, passeio pelo meu corpo.
Você não precisa de ninguém.
...
Estou no perímetro da casa e minha respiração está acelerada. A rua está pouco movimentada. Um carro preto passa, lentamente. Depois, por erro do motorista, ele estaciona em frente de casa.
Passo pelo portão, subo as escadarias e antes de entrar, observo o carro, sendo pisado fundo pelo motorista, que o manda seguir.
Saio para respirar um pouco. Pela porta da frente, me sento na escadaria. Puxo do bolso o maço de cigarros e acendo o menos amassado. Trago e vejo a rua sem ninguém.
O mesmo carro preto passa. Sei disso pois é um SUV, de certo modelo, o mesmo que passou de manhã.
Me levanto e passo a mão no jeans, para tirar o sujo do traseiro.
Trago lentamente, saboreando cada parte do prazer.
A janela do SUV abaixa, revelando um homem, de cabelos louros que usa óculos.
- Ei, pirralho, entre no carro. Estamos em outro país.
Diz Joe, com um sorriso no rosto.
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31 de 1989
FanfictionHarry Styles está feliz com a vida que tem, na qual sempre sonhou: um bom álbum, o reconhecimento que tanto merece e uma carreira estrondosa. Tudo ao seu redor muda quando Taylor Swift o propõe a volta de um contrato realizado anos antes que deseja...