Da mesa de jantar (Parte 2)

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(Narrado por Joe, mesmo tempo-cena [...])

Taylor está com ele?.... Eu, eu não consigo acreditar. Eu não quero.

Esse cara... eu tinha ouvido os rumores do TMW e realmente achei que isso seria mentira. Mas, pelo visto, os rumores são verdadeiros antes deles se tornarem verdadeiros, ou antes mesmo das pessoas se notificarem. TMW vence mais uma vez.

O atual - ou, ao que parece sempre foi o atual, mesmo sendo o ex - está mais assustado que Taylor.

- Taylor... - Começo, em uma breve hesitacão - Eu...

- NÃO! Eu não quero ouvir uma palavra sua! Seu.... AH, IDIOTA.

Ela saiu pisando fundo, junto com a lanterna.

- Você sabe que se ela sair, ficaremos no escuro...

- Cale a boca, senhor.

- M-mas...

Ele tenta falar, mas apenas dou de costas e sigo o trajeto de Taylor, com a pouca luz que restou. O idiota me segue, e não consigo apaziguar meus sentimentos sobre ele. Primeiramente, fico irritado por ele estar me seguindo. "Segundamente", ele está com ela todo este tempo... Otário.

Alcanço o topo da escada e mesmo no escuro, tenho saber aonde estou. Não parece ser um corredor, onde tradicionalmente, ficam os sótãos. O luar está lindo, É a chuva, parou. Obrigado, chuva, estou molhado. Distraído com a vista da janela, tropeço em algo. Harry pula por trás de mim e afirma, com um tapinha em minhas costas.

- É um tapete, Aquaman.

- Por que esse adjetivo?

- Você está molhado. Molhadinho.

- OLHA SEU, BABACA...

Avanço para cima dele com meu punho cerrado, mas ele também não perde a postura e empina o nariz.

- Se acalme, senhor. - Diz, me dando um soco no meu ombro. Como se fôssemos amigos. Eu odeio esse cara, sinceramente.

Subo totalmente e conserto a parte levantada do tapete. Minhas costas se enrijecem com o tecido de meu casaco pesado - e molhado - sobre minha camisa - social pois a minha intenção era causar uma boa impressão, mas, não adiantou passar - a mão - esta roupa com tanto labor e agora chegar e ver essa cena.

Está silencioso demais e minha intuição manda apenas seguir o otário. Ele segue em frente em um corredor largo. Até parar no final dele, em frente a uma porta. Ele hesita, e não bate. O que me enche de fúria.

- Bate, idiota.

Abro espaço com meu braço entre ele e a porta e faço o serviço.

- Taylor! - Grito. - Abra! Precisamos conversar!

De imediato, ouço uma comoção. Passos arrastados, suspiros e finalmente, o barulho da fechadura sendo aberta. Uma luz logo aparece, sendo seguida por Taylor

- Sai da minha frente. Preciso de espaço, e é urgente. - Ela tira a lanterna da minha cara e a indica para sua frente.

- E por isso você veio para o sul da Itália?

Ela se afasta, pelo corredor, com a lanterna em mãos. Meu cabelo parou de pingar tanta água, mesmo que ainda haja muitas mecham entre o estado seco e o molhado.

- E ainda por cima, com ele! - Indico, antes de dar uma olhada para trás e vê a cara do imbecil.

Com a luz presente agora, consigo perceber que chegamos no início do corredor. Taylor avança persistente, quando deixa o celular em um balcão - o que logo descubro que é o da cozinha dessa casa - e a luz se estende pelo teto, o que melhora a visão. Ela está fazendo alguns movimentos incertos. Deixa a pia, volta para a geladeira e assim por diante.

31 de 1989Onde histórias criam vida. Descubra agora