E os anjos jogam os dados

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Quando ela confirmou que as ideias dos board games realmente eram verdadeiras, e que ela havia pedido várias apenas para tentar trazer minha memória para provar que somos amantes, eu ri. Não apenas por achar o fato bastante curioso, mas por ela querer descer essa história por minha goela abaixo de um jeito ou outro. Por isso, corri para o banheiro e escovei os dentes, outro fato que precisa de minha explicação: escovei, além mais, por ser obrigatório para mim, e por não saber se ela tentará me beijar novamente.

Me olho no espelho e ajeito o cabelo. Pronto. Estou pronto para enfrentar a fera. Sim, eu sou belo. Acho.

Quando apareço na sala, Taylor fala com alguém baixinho e ao se mover - batendo de olhos comigo - ela desliga rapidamente e disfarça a situação.

- AH, Harry! Os board games estão perto de chegar.

- Ótima notícia. - Sussurro seco -Estava falando com quem?

Ela parece ter esquecido as palavras assim que a perguntei.

- AH. B-bom, eu, música! Você sabe, hazz. Mundo da música é meio conturbado.

A campainha toca, fazendo o clima entre nós ser quebrado.

- Os jogos!

Exclama correndo para ir atender, seja lá quem porta afora. Ainda me retenho ao pensar sobre quem ela estava falando. Ao retornar, Taylor segura uma pilha em seus braços e a vejo esticando o pé para fechar. Ela vem andando cambaleante até a mesa de centro, onde deposita-os e posiciona suas mãos na cintura, retornando para mim.

- Quer jogar um jogo?

- Qual?

...

Taylor me entrega as cartas e uma quantia em dinheiro consideravelmente alta. Nunca vi uma nota de quinhentos dólares, então, não sei o que fazer com. Minha opositora se dispõe dos mesmos materiais que eu, logo, estou preparado para o "Jogo de compra e vendas do Sr. Moustache!". Pelo o que entendi, precisamos comprar diversas propriedades pelo tabuleiro e ir completando uma torre plástica com as peças das propriedades. Quem primeiro encher sua torre, ganha. O que ganha, eu não sei. Um discursão se desenvolve logo em seguida sobre quem deve começar o jogo.

- "T" vem antes do "H".

- Vem depois.

- Apenas deixe-me lançar os dados.

Ela revira os olhos e lança os dados. Eles giram, se separam e enquanto um deles para primeiro, o outro ainda dá algumas voltas, sendo rendido logo em seguida.

- Isso me dá um doze! A sorte ri para mim!

Vai apostando...

- Vai apostando, Taylor... Pode ir...

Ela pega a peça metálica e faz o trajeto até o local indicado, contando cada posição em voz alta.

- Sua vez.

Taylor apanha os dados e eu prontamente estendo a mãos em forma de concha, ela despeja-os e volta para sua posição no chão, com os braços segurando o queixo. Balanço minha mão e largo os dados que esbarram em duas peças. Espero ansioso o resultado.

- Isso é um doze... Idiota

- Sua vez, perdedora.

Seguro minha peça metálica e a movimento pelo tabuleiro, a posicionando exatamente ao lado de Taylor. Ela, por outro lado, já está com os dados e pronta para ter sua rodada.

31 de 1989Onde histórias criam vida. Descubra agora