Assinaturas de longo prazo.

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Ao acordar, a primeira coisa que eu faço - juntamente com o meu cérebro - é pensar em saber se ela ainda está aqui. Me levanto do mesmo jeito que duas noites atrás, parecendo um zumbi. Algo cai fazendo eu parar e me abaixar para procurar. Olho para debaixo do sofá e vejo a poucos centímetros da minha mão, é um pedaço branco e tem uma correntinha. Estico meu braço o suficiente para pegar ambos. Quando finalmente os pego, sento novamente no sofá e olho para o papel, que na verdade é uma fotografia.

Nela, está apenas escrito "Style" com letras pretas e um "S" cortado com tinta vermelha. Irregular e torto. A foto é nossa.

Sorrio e viro a foto para ver se tem algo escrito, e tem:

"Querido Harry,

tive que sair. Daqui há alguns dias eu voltarei para Nova York. Sua cama agora tem meu cheiro, BOA SORTE ,garotão!

Taylor"

Sigo para a cozinha onde bebo um copo de água e seguro a corrente com meu indicador. Minha mente pula e dá risadas escandalosas por imaginar o motivo dela ainda estar com ela. Ou melhor, ela ter guardado em algum lugar a noite toda. Talvez esse fosse o motivo do encontro.

Rio de mim mesmo e saio até o quarto.

Meu telefone toca e o visor me informa que é Michael.

- Styles! que bom que atendeu.

- Sim, o que houve dessa vez?

Ficamos em silêncio onde é possível ouvir o som ambiente dos lugares de onde estamos, mesmo que a minha casa esteja sempre silenciosa. Ele continua.

- Eu recebi uma ligação da própria Taylor Swift... Ela quer voltar com o contrato de uns anos atrás... ela disse que você quer assinar... Achei estranho, mas ela me informou tudo e disse que está esperando uma resposta sua...

Minha felicidade se esvai e minha mente começa a lagrimar um choro bem sentido. Mesmo que meu ego me chute e deia uma resposta de ataque bem rápida. Ele então sabe e quer que eu assine? Eu deveria ter contado tudo para ele. Pois acho que, sinceramente, Taylor contou contos da carochinha para ele e pode ter feito com que ele de uma forma ou outra me pressionasse. Bufo em desespero, mesmo tendo algo em mente e falo:

- Michael, pode agendar uma reunião com o empresário ou seja lá quem mais para tarde ?

- Sim... claro - Sua voz parece duvidosa, quase arfante.

- Okay May, te vejo de tarde, me mande uma mensagem quando confirmar.

- Ah, sim Harry, okay.

Ele estava duvidando do meu tom calmo e paciente ou simplesmente achou que eu não aguentaria?

Mas é o que eu ambiciono: assinar o contrato e ter a Taylor por perto, assim que possível. Para ela voltar a dormir aqui. Mesmo que seja no outro lado do corredor. Mesmo que passamos uma ou mais semana ser trocar uma palavra. Apenas sua presença ia importar aqui, nessa casa.

Quando finalmente Michael – no qual até agora ainda não entendo o motivo de eu ter chamá-lo de "May" - me envia um SMS, sinto uma pontada no coração.

Ele confirma em poucas palavras que está agendado. Respiro fundo e vou para o banheiro tomar banho.

Pego o carro e dirijo até o bairro do escritório, não muito longe da minha casa. Chego em frente ao hotel e respiro fundo. Usando chapéu. Passo pela recepção e pergunto se Michael já me espera. A moça pede meu nome e pesquisa algo no computador, ela acena e indica o andar, que é três acima do escritório de Michael e antes, passa um cartão em uma maquininha e logo me dá. Ele é magnético e tem escrito "visitante".

31 de 1989Onde histórias criam vida. Descubra agora