“'Cause baby, you're a firework
Come on show 'em what you're worth
Make 'em go, 'Aah, aah, aah'”
(Porque você é um fogo de artifício
Vem, mostra pra eles o que você vale
Faça-os dizer 'aah, aah, aah')
— Firework; Katy Perry
Naquele doze de junho, sexta, Brittany e os outros bailarinos do estúdio estavam em um dia extremamente importante.No domingo seguinte seria o Espetáculo de Encerramento, e Formatura de alguns, então como de costume, ensaio geral.
Ensaio geral sempre tem dois lados: a ansiedade, animação, de saber que falta pouco para finalmente estarem no palco; e a tristeza, se dando conta que está acabando mais um ano de muita dedicação.
Esse dia tem a passagem mais importante da coreografia. É onde o mínimo detalhe será corrigido pela última vez; onde você se sente no palco; a última chance de corrigir uma finalização, uma rotação, um sorriso. Todo o estúdio, as pessoas que trabalharam tão duro quanto você, ali apoiando uns aos outros.
Mais que isso, é ver que valeu a pena toda a parte ruim, a parte que machuca física e psicologicamente durante a maior parte do tempo.
Pois é, ninguém é perfeito, mesmo que seja essa a meta dos bailarinos.
Falar que dança é difícil poderia ser considerado um eufemismo, é mais que isso. Esportes sempre exigem muito do corpo e da mente, mas a dança tem a tradição há anos e anos, a perfeição.
O nervoso de todos os envolvidos ao longo do ano, principalmente quando chega mais perto do espetáculo.
A dificuldade que às vezes é enfrentada para criar uma coreografia, ou para ensaiar uma variação famosa, um repertório completo.
A dor depois das aulas, dos alongamentos. Dores que, normalmente, não são lesões, mas o cansaço do corpo. O pé vermelho, ficar na ponta com bolhas, a meia calça justa. O quão alongado seu pé, perna, coluna, braço, tem que estar.
As tentativas de ser como Maria Khoreva, Balanchine, Marianela, Ana Botafogo...
As competições que às vezes existem entre dançarinos.
A vontade natural que bailarinos têm de serem incríveis, irem além do que pessoas "normais" acham capazes de existir.
A dança traz dores, mas traz felicidade.
É o escape nos dias difíceis.
A chance de aprender coisas para a vida toda. Se cair, levante. Fica no balancé. Balancé, do francês, sendo um termo usado na dança para ficar equilibrado em situações mais fáceis - com o pé inteiro no chão, por exemplo - ou difíceis - na ponta - sem que caia de onde está.
É um exemplo de como lidar com a tristeza, a decepção, quando não ganha um festival ou não consegue fazer um passo.
É a mais bonita forma de arte.
É tudo e mais um pouco.
Mas além de tudo isso, o ballet é a felicidade de quem pratica, mesmo com seus pontos ruins, com os prós e contras.
É o que motiva.
É um sonho.
E só depois disso tudo, o mundo vê a dança, quando estão todos sorrindo, maquiados, nos figurinos, o cabelo impecável, e os passos aprendidos.
Não que esteja errado, mas de fora, vê-se o que os de dentro querem mostrar. Coisas que só bailarinos entendem realmente. A dança é linda, e merece ser vista com brilho nos olhos, sem dúvida nenhuma...
★
capítulo menor que esse só o prólogo!
qualquer pergunta sobre, deixem aqui :)
*as pessoas citadas são bailarinos, se quiserem pesquisar depois...
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Seis Últimos Meses
Teen FictionBrittany Folks, uma jovem bailarina, descobre uma doença no último ano do "high school". E agora? O que fazer? A adolescente terá que aproveitar a escola, os relacionamentos, o balé, e muito mais, antes que aquilo aconteça - se acontecer - em sua vi...