Um mês passou, já estavam no dia vinte e quatro de julho, uma sexta-feira.
Sobre a viagem ao Brasil? Seus pais não deixaram que fossem, por serem menores de idade e pelo gasto que teriam...
Matthew estava sozinho em casa quando escutou a campainha tocar, se levantando do sofá e indo atender.
— Oi...? — falou confuso vendo que Louise e Peter estavam na porta. — Como estão? — questionou deixando-os entrar mesmo sem entender o que faziam ali.
— Estamos todos bem, incluindo o neném. — ela sorriu
Louise agora estava com quase três meses de gravidez, mas sua barriga não estava aparente. O neném – ou a neném – estava se desenvolvendo como deveria, mesmo Louise sendo ainda adolescente.
Os três sentaram no sofá, e Matthew olhou os dois.
— Aconteceu alguma coisa...? Digo, vocês vieram juntos...
Louise engoliu em seco, mas foi Peter quem respondeu a pergunta.
— Precisamos conversar contigo, sobre a gravidez, principalmente.
— O que foi? — questionou preocupado.
— Você sabe que nós estamos juntos desde junho, tá dando certo entre a gente... — a cacheada começou. — Enfim, isso não vem ao caso agora. Na segunda eu contei para os meus pais que estou grávida, falei que iria arcar com tudo que precisasse gastar, e você ajudaria, mas...
— Desculpa, só um minuto, sua preocupação é o dinheiro? Porque... Seus pais têm renda suficiente... E eu te ajudo de qualquer forma...
— Não é isso, você sabe como eles são, não iriam gastar com isso sendo que foi erro meu. Mas eles não aceitaram, minha mãe queria que eu fosse ao Paternidade Planejada* e abortasse... Ela disse que era para eu sair de casa se não fizesse isso...
— Por que não me falou antes? Onde você tá ficando? Precisa de alguma ajuda?
— Não queria te preocupar, Matt. Estou na casa do Peter, os avós dele disseram que não havia problema...
Matthew estava preocupado, sabia que Louise só iria pedir ajuda no último caso, e agradecia pelos avós de Peter serem tão bondosos.
— Eu tenho um dinheiro guardado, é uma quantidade boa até, não precisa se preocupar com isso.
— Mas Louise, não quer ficar aqui? De qualquer forma, você foi expulsa de casa por culpa minha, você sabe, se eu não tivesse...
— Matt! Espera, queremos falar sobre isso. Peter disse que não tem problema nenhum eu ficar por lá.
Nos últimos meses do colegial, Louise foi mudando suas atitudes, principalmente depois de ver o tanto de coisa que Brittany estava passando e não precisou tratar ninguém mal por isso. Ela não se orgulhava do que havia feito, mas depois de passar por tantas coisas... Seus pais sempre deram muito valor ao trabalho, sendo ambos empresários de sucesso, conhecidos e com qualidade alta de vida; quem dava à garota educação, carinho e amor eram sua antiga babá e seus tios. A babá, quando Louise cresceu, foi despedida e não tiveram mais contato; a tia foi atingida num assalto e faleceu, restando só o tio, que não podia estar com ela em todos os momentos. Louise tinha apenas um primo da mesma idade, o qual sempre foi próxima, mas o adolescente vivia na Califórnia e não podia vê-la muitas vezes.
Depois que a tia se foi, quando a garota tinha quinze anos, Louise não tinha muitas pessoas com quem conversar, além de falar por ligações e mensagens com o tio e primo. Se tornar popular e tratar os colegas de forma arrogante foi o jeito que encontrou de ganhar a atenção que tanto quis. Via os pais dos colegas levando-os ao shopping, deixando que fizessem festas do pijama, indo nas reuniões e jogos, e não tinha nada disso. Quando era pequena e tinha apresentações de dia dos pais, das mães, o que fosse, era sua babá – senhora June – que ia e elogiava, dizendo que Louise foi muito bem...
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Seis Últimos Meses
Ficção AdolescenteBrittany Folks, uma jovem bailarina, descobre uma doença no último ano do "high school". E agora? O que fazer? A adolescente terá que aproveitar a escola, os relacionamentos, o balé, e muito mais, antes que aquilo aconteça - se acontecer - em sua vi...