Capítulo 5: Into me you see

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Eu construí uma parede tão alta que ninguém conseguia alcançar

Uma vida de cadeados, eu engoli todas as chaves
Eu estava petrificada, só sabia me esconder
Eles não podem me machucar se não me conhecerem

Então você veio e começou a cavar por um tesouro enterrado

E você encontrou uma versão melhor de mim que eu nunca tinha visto

[...]

Você vê meu interior
Você me deixou completamente aberta, agora eu estou pronta

Isso é intimidade

MAYA

Era manhã, quase fim daquele turno e na Estação todos encontravam-se apreensivos com os estado de saúde de Rigo. Além disso, estavam lidando com pessoas preocupadas com o incidente com o foguete. Já haviam ligado várias vezes para a estação procurando saber se aquilo se tratava de uma invasão alienígena e Maya teve que designar Hughes especialmente para a função de convencer as pessoas de que nada havia de alienígena no acidente.

A única torcida de todos na Estação é que não houvesse mais chamados esta manhã. O que infelizmente, não aconteceu e eles foram chamados para um acidente envolvendo uma caminhonete e um grupo de motociclistas.

O acidente resultou em um total de 8 motociclistas mortos, além do motorista da caminhonete e apenas um motociclista sobrevivente. "Nós não somos uma gangue de verdade, sabe? A gente apenas dirige um final de semana por mês. A gente faz churrascos e joga sinuca. Nós somos nove pessoas. Nós não somos uma gangue de verdade. Somos como uma família. A caminhonete nos atingiu." disse o único integrante vivo do grupo antes de ser colocado na ambulância para seguir ao hospital.

Aquelas palavras martelaram a cabeça de Maya durante toda a volta para a Estação. "Nós somos como uma família. A caminhonete nos atingiu." Ela não conseguia tirar essa frase da cabeça.
Agora sentada em sua sala, ela pensava em seu time, pensava em sua conduta como Capitã, em como havia chegado até ali. Eles antes eram uma família e agora a odiavam e por mais que tentasse, que se esforçasse para reconquistar aquele sentimento de família que antes habitava a Estação não conseguia.

A loira, de repente, pegou o telefone e discou o número de Carina. Estava saindo de seu turno e sabia que precisava de uma distração para não se manter o dia todo pensando naquele chamado e fazendo paralelos com a situação vivida na Estação atualmente. A médica estava em serviço, mas como era uma manhã calma, prometeu que passaria em seu apartamento.

"Que bom" pensou a bombeira com um suspiro após desligar o telefone. Maya sentia que precisa de companhia naquele momento. Alguém para ao menos estar ao seu lado sem julgá-la por nenhuma das atitudes que tenha tomado nos últimos meses. Carina vinha sendo essa pessoa pra ela. O sexo era maravilho, mas há um tempo não era mais só sobre sexo. A bombeira sentia-se outra quando ficava perto ou mesmo recebia uma ligação dela. Seria bom encontra-la ouvir aquela voz sussurrada que ela fazia na cama. Maya ficava completamente entregue. Não pensava em nada de ruim quando estavam juntas. Precisava da presença dela naquele momento.

MAYA E CARINA

I choose you │Marina fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora