I choose you │Marina fanfic

Capítulo 25: Conversations in the dark

Alerta de capítulo novo. Isso não é um treinamento. Repito. Capítulo novo. A sua autora vem mais uma vez agradecer às leituras, votos e comentários (eu leio todos, juro juradinho). E dessa vez um acontecimento inédito eu vou deixar o meu twitter aqui pra quem quiser ir lá @heyvanessah. Não é uma fan account. É o twitter de uma pessoa low profile (que sou eu mesma no caso), mas estou sempre postando coisas completamente aleatórias por lá. Boa leitura. Espero que gostem desse capítulo. :)

Fale, vamos conversar no escuro
O mundo dorme e estou acordado com você, com você
Assistir a filmes que nós dois já vimos
Não estou nem olhando para a tela, é verdade
Meus olhos estão em você

[...]

Eu nunca vou tentar mudar você, mudar você
Eu sempre vou querer você mesma, você mesma
Juro por tudo que oro
Que eu não vou partir seu coração
Eu estarei lá quando você ficar sozinha, sozinha
Guardarei os segredos que você me contou, me contou
E seu amor é tudo que você me deve
E eu não vou partir seu coração

— Maya, o que aconteceu? – Carina disse sonolenta abrindo os olhos para encontrar a namorada sentada ao seu lado. A Italiana havia acordado com o movimento da loira na cama. Carina rapidamente alcançou o abajur ao seu lado e sentou-se na cama para entender o que acontecia.

— Maya, você está bem? – Ela perguntou novamente levando a mão até o braço da namorada.

A bombeira não respondeu apenas continuou sentada ofegante enquanto pesadas lágrimas rolavam de seus olhos enquanto sua mão estava pousada sobre o seu peito tentando fazer com que o ar chegasse a seus pulmões. Ela mantinha-se imóvel com os olhos fixos na parede à sua frente.

— Calma, meu bem. Eu estou aqui com você. Calma. – Carina disse agora se posicionando de joelhos na frente da loira enquanto segurava o rosto dela entre as mãos sentindo como estava molhado pelas lágrimas. — Respira comigo. Lembra? Inspira e expira. – Carina tentava acalma-la falando com ela suavemente. Sabia que ela estava tendo uma crise de pânico. Já havia passado por isso com ela.

A loira continuava sem dizer nada enquanto Carina continuava a segurar seu rosto e respirando de ritmada com ela. Levou alguns minutos até que ela pudesse sentir a sua respiração desacelerando e as lágrimas parando de rolar de seus olhos.

— Eu estou aqui, ok? Eu estou aqui com você. Você está segura, bambina. – Carina tomou aos mãos geladas que logo agarraram as suas e as apertou para que a namorada soubesse que ela estava ali. Que não estava sozinha.

Maya a encarou por um instante e em seguida apenas levou sua cabeça de encontro ao colo da italiana voltando a chorar silenciosamente. Agora não era culpa do ataque de pânico. Ela chorava de raiva e de tristeza.

A Italiana passou um dos braços ao redor dela enquanto com a outra mão ia e vinha sobre o seu cabelo curto e apenas ficou em silêncio com ela.

Após um tempo, Maya levantou a cabeça e encarou a italiana a sua frente. Mesmo apenas com a luz do abujur Carina conseguia ver os olhos da loira ainda enxarcados pelas lágrimas.

— Você se sente melhor? – Carina disse delicadamente.

Ela apenas assentiu com a cabeça e forçou um sorriso.

— Eu vou pegar água pra você. Um segundo. – Carina saltou da cama e foi de encontro a porta. Seu coração ainda estava acelerado. Ver a namorada naquela situação a aflingia.

Maya não queria que ela fosse. Não queria ficar sozinha, mas não disse nada. Carina voltou da cozinha e entregou o copo para a loira e em seguida sentou-se novamente na cama tomando as mãos dela.

— O que aconteceu? – Ela perguntou delicadamente.

Ela abaixou a cabeça e continuou em silêncio.

— Você não precisa falar se não tiver vontade a gente pode só deitar e...– Carina ainda tentou falar sendo interrompida pela outra.

— Eu tive esse pesadelo com o meu pai onde ele me obriga a correr e... e quando eu não consigo mais ele insiste. Eu tento tirar o controle dele e a gente briga e... sempre termina com ele puxando o meu cabelo.– Disse com um fio de voz sentindo os olhos enchendo novamente.

— Ei, ei... Calma, meu amor. Foi só um pesadelo. Ele nunca vai tocar em você novamente. Nunca. Eu estou aqui agora. Eu estou com você. – Ela disse tomando a bombeira imediatamente nos braços. Carina sabia as feridas profundas que aquele acontecimento havia causado em Maya. Aquele trauma ainda era muito vivo para ela.

— Eu sinto medo de ser como ele, Carina. Medo de... de machucar você. – As lágrimas continuavam a descer enquanto ela tentava falar entre os soluços.

Tudo aquilo de ter mudado com a italiana havia trazido à tona medos e inseguranças na  bombeira que ela nem sabia que tinha. Maya imaginava que a qualquer momento faria algo de errado, que magoaria Carina de alguma forma e que ela a deixaria. Apenas essa possibilidade apertava o seu coração. Fazia tão pouco tempo que a italiana mudara definitivamente e a casa toda já parecia tanto com ela. Desde os seus quadros espalhados pelas paredes, às milhões de fotos que ela havia trazido, às suas ervas e temperos na cozinha. Ela tinha uma relação diferente da que Maya tinha com a casa. Ela abria todas as cortinas pela manhã, conversava sozinha em italiano enquanto tentava escolher o que vestir no closet e cantarolava enquanto cozinhava. Ela sempre colocava flores frescas sobre a mesa. Só aquilo já mudava o ambiente completamente. Maya sempre dava um sorriso ao chegar em casa e bater os olhos sobre aquelas flores.

— Você não é como ele, Maya. Nem pense nessa possibilidade. – A morena disse tirando Maya de seus pensamentos.

— Eu me sinto tão fraca por isso. Por deixar que ele ainda tenha toda influência sobre mim. Eu sinto que ele conseguiu tirar muito de mim aquele dia.– Ela disse baixando a cabeça.

— Ele não tirou nada de você. Você é a pessoa mais forte que eu conheço e eu tenho muito orgulho de você. – Carina disse levando a mão até o queixo da namorada fazendo com que ela a olhasse. Agora até a italiana também tinha os olhos marejados. Ouvir tudo aquilo dela era tão doloroso. Saber o quanto aquele homem a havia machucado lhe doía tanto.

A italiana inclinou delicamente o rosto na direção da amada e disse:

— Você é uma bombeira. A Capitã de uma Estação e você é um exemplo pra muitas meninas que desejam ser bombeiras um dia. Você prova a elas que isso é possível. Você é incrível. – Carina disse apoiando o rosto dela nas mãos.

A bombeira agora conseguiu dar um sorriso para a namorada. Ouvir tudo aquilo dela a acalmava e fazia com que ela sentisse que era muito mais do que apenas o que o pai havia moldado nela.

— Além disso, você é a namorada mais linda e a mais gostosa que existe. – A morena agora brincava tentando animar a loira.

— Você diz isso pra todas. – Maya disse entrando na brincadeira.

— Não, eu só digo para você, Maya Bishop. Só pra você...– Carina disse rindo fazendo cócegas na barriga dela. A bombeira gargalhou jogando-se para trás na cama e encolhendo-se para tentar se proteger do ataque da namorada.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu.– A bombeira disse dando um suspiro após recuperar-se das risadas causadas pela outra.

Carina apenas riu passando o dedo sobre o nariz da loira carinhosamente.

— Vamos voltar a dormir? – Carina perguntou à loira.

— Eu não sinto sono nenhum.

— Então vamos atacar a geladeira. Eu tenho fome. – Ela disse arregalando os olhos animada e em seguida puxando a loira da cama antes que ela respondesse. "Como ficar triste quando se tem um fonte de alegria dessas em casa?", Maya pensou consigo enquanto era arrastada para a cozinha pela amada.