Capítulo 12

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Robert

Chegando na capital após a viagem, Hina pediu para Robert ir na frente, ele não queria deixá-la só porque já estava anoitecendo, e um deserto tomava conta das ruas. Mas a bruxa insistiu e alegou que não demoraria, então ele obedeceu.

O jovem analisava o olho meio roxo que havia ganhado graças a Alberin, que arquitetou um plano fajuto e indecente no dia anterior. Mesmo contra, Robert acabara pagando também. – Maldito bardo pervertido. – Robert precisa de um tempo a sós com Hina para lhe falar do que tinha visto na dungeon antes de saírem. Ele viu a representação de uma guerra travada há muito tempo. 

Na parte de cima da gravura, no céu, havia dois deuses lutando. Abaixo, 12 seres, os generais das trevas juntos ao seu exército, lutavam contra o povo daquela terra. O jovem presumiu que fosse apenas história, mas era mais que isso, na parte inferior marcava duas datas, uma delas era o ano 0 e a outra Robert não sabia. Ainda não tinha pesquisado ou perguntado sobre como funcionava o calendário daquele mundo, mas precisava saber, pois aquela data estava marcada como o "ressurgimento de Tenebris". Ele não fazia ideia do que aquilo se tratava, mas não devia ser algo bom.

Os pensamentos de Robert foram dispersos ao ouvir gritos, vindo de um beco situado próximo a pousada onde estavam instalados. Robert saiu disparado em direção ao local. Chegando lá, avista uma jovem, sendo encurralada por três brutamontes – que alegavam querer se divertir. – Um deles tira a calça e caminha em direção a moça. O medo e a adrenalina toma conta de Robert, que sem pensar sai correndo em direção aos três.

– Eu vou dizer pela última vez – fala a mulher, seu sotaque era carregado, Robert nunca tinha escutado antes. A jovem aparentava não ter mais que 20 anos. Suas vestes, na parte de dentro era branca justa e decotada, com um manto azul com dourado por cima, e várias joias pelo corpo. Sua pele é linda e bronzeada, seu cabelo longo de cor escura e trançado. – Melhor vocês irem embora.

– Senão o que? – Pergunta o homem mais próximo.

A garota exibe um longo sorriso, como se só estivesse esperando por essa pergunta. Mas antes de responder o brutamonte, um herói inusitado aparece.

– Por quê não se metem com alguém do seus tamanhos, seus trogloditas? – Robert chega ofegante levantando os punhos e fazendo uma pose de luta.

– Mas quem diabos é esse tampinha? – fala o homem careca do meio, possuía uma tatuagem na nuca de uns símbolos que Robert nunca viu, os demais também possuíam a mesma marca no braço.

– Não se preocupe com ele, chefe – fala o da retaguarda. – Vou dar um jeito nele logo, use logo essa vadia e deixe um pouco para nós. – O homem era moreno e alto, com o corpo coberto de tatuagens e um moicano, ele começa a caminhar em direção a Robert.

– Sting, segure-a. Deixe o Stan cuidar do intruso – fala o líder. O outro homem acena, era idêntico ao tatuado, irmãos gêmeos, com a única diferença de que possuía marcas apenas no braço direito.

– Como se eu fosse deixar. – Robert corre em direção a Sting, mas o seu irmão gêmeo o cerca, tampando a passagem no beco estreito.

– Não se meta nos nossos assuntos, garoto. Vou lhe quebrar todos os ossos. – O brutamonte fechou os braços e golpeou cortando o vento quando Robert salta para trás.

– Um golpe feroz, mas muito lento.

Robert projeta sua energia em volta dos punhos e corre em direção ao homem em sua frente. Se esquiva de mais um golpe e devolve um soco na lateral do seu corpo, nada acontece. Stan gargalha, tentando agarrar Robert pela camisa. Mas o garoto é bem mais ágil. Lhe afere outro golpe nas costelas seguida de uma cambalhota para o lado do homem, aferindo-lhe mais duas vezes na perna, passando para trás e golpeando as costas. Stan não se abala, pega seus dois machados, presos às costas.

O Herói PrometidoOnde histórias criam vida. Descubra agora