Robert
A consciência não estava mais presa a seu corpo. Fora enviado mais uma vez para um lugar distante, para o próprio cosmos. Aquele templo magnífico de pedras, estava ali flutuando sob uma grande cúpula. Dessa vez, vários tronos ao redor do salão principal. Na parte superior ao longo do tapete dourado, um trono maior estava localizado no centro, e dois menores ao lado. Não havia representação física, se tivesse, não dava para notar, nada além de uma energia poderosa em forma de aura.
As duas silhuetas ao lado do grande trono eram conhecidas, uma branca e outra negra. A imagem dos irmãos gêmeos se formava de acordo com as vozes que ecoavam pelo salão.
– Meus queridos filhos. – Aquela voz, estrondosa e ao mesmo tempo calma, poderosa. E conhecida. Emanava da energia ao centro, da mais poderosa ali. – Reuni todos aqui hoje, para falarmos sobre nossas criações.
Deuses, é isso o que eles são. Divindade era o que aquelas magias poderosas representavam. Planejando o começo da vida? Da terra? A consciência trêmula não sabia.
– O meu filho primogênito, Lux. Concorda que devemos acrescentar magia sob os seres da terra. Já o meu outro filho, Tenebris, acredita que é uma péssima ideia. Peço para que ambos argumentem, e depois todos iremos votar. Tomarei uma decisão após ouvir cada um.
Malditos sejam os deuses, eles estavam ali para decidir o que deveriam fazer com "a vida". De fato, Deus não joga dados com o universo. E sim com os seres, com as suas criações.
Meio aos pensamentos filosóficos, a silhueta é puxada ao longo do universo, trazendo de volta para a terra, depois para um país, uma cidade, um quarto e então seu corpo.
~∻~
Robert acorda num quarto conhecido. Uma cama com lençóis branco, parede esverdeada antiga, e aquela velha dor de cabeça. – Dejavu? – Se pergunta o jovem ao perceber que o quarto onde estava era o mesmo que havia ficado quando chegaram na capital, a casa de repouso dos curandeiros. Mas dessa vez Hina estava ao seu lado, dormindo na beirada da cama. – Por quanto tempo será que eu dormi dessa vez?
As lembranças do que aconteceu na luta estavam turvas e embaralhadas, pra variar. A dor de cabeça estava a mil, seu corpo todo dolorido, e uma fome enorme. Robert olhou para suas mãos, a direita estava enfaixada, e queimava muito – foi aí que se lembrou do golpe que quase matou seu oponente. – Se não fosse pela voz de Hina naquela hora chamando o seu nome, não teria retomado sua consciência e a morte do brutamontes seria inevitável. Depois de tudo que ele fez a ela, Robert sentia que era o mínimo que ele merecia. Seus pensamentos foram interrompidos pelo ronco de sua barriga.
– Por gentileza, peça para que sua barriga me deixe dormir mais um pouco. – Hina acorda bocejando. – Como se sente?
– Um pouco tonto e com dor no corpo, mas estou me sentindo bem. Por quanto tempo eu dormi dessa vez?
– Três dias. Pra variar.
– Nossa, isso explica o porquê de tanta fome. – A gata demoníaca sai das sombras de Hina e pula na cama de Robert se esfregando nos seus braços, e lambendo.
– Oi menina linda, também senti sua falta – fala acariciando-a, mas logo olha em direção a bruxinha ao seu lado. – Hina, quero sair daqui, comer um banquete.
– Pena que querer não é poder, e você sabe que não pode. Mal consegue se mover.
– É por isso que preciso da ajuda de vocês, não é garotona? – A gata mia em aprovação, se aninha no colo de Robert e começa a ronronar.
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O Herói Prometido
Fantasy"O Dr. Robert Hudson é um jovem cientista prodígio que está prestes a realizar um grande experimento, porém ele não contava que uma variável desse errado. Devido a tal acontecimento, Robert acaba sendo enviado para outro mundo, totalmente mágico, ch...