Capítulo 30

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No meio das profundezas do mar, onde a luz não toca, uma criatura horrenda é acordada do seu despertar, tentáculos se movem, olhos grandes abrem. Junto a ela, um ser quase tão aterrorizante quanto a criatura também havia despertado. A primeira vista, observa alguns dos seus leais súditos, humanoides que também possuíam tentáculos e barbatanas, sem contar com o aspecto asqueroso. – Os chamados abissais das profundezas, e aquele era seu líder, ao lado de uma criatura gigante.

– Há quanto tempo, meu amo. – Todos se ajoelham perante o líder abissal, que começa a se mover. – Graças ao Senhor da Escuridão, vós está de volta ao nosso lado, meu grandioso senhor. Tal profano das sombras nos propôs uma aliança, nos concedendo forças para retomarmos o que é nosso por direito.

A criatura ao lado do ser poderoso se aproximou, soltando um grunhido que ecoou pelas profundezas, afastando qualquer ser vivo do local, com exceção dos seus semelhantes. O líder fez um gesto com os tentáculos, e proclamou alguma ordem para seus subordinados.

– Como desejar, meu senhor. Iremos começar a nossa investida naquele continente chamado Wendy-Fel, há uma colônia de tritões lá em alguma ilha. Eles irão pagar caro... – Grunhidos tomaram conta do local, uma horda de abissais se manifestaram, rumando à superfície.

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A ilha de Punfart estava pacífica como sempre, tritões e sereias faziam seus afazeres diários nas praias e centro de comércio. A fisionomia dos tritões era aparentemente semelhante com humanos, exceto pela sua altura e músculos que eram um tanto exorbitante, e enquanto estavam na água, observava-se as suas escamas e seu tronco escamoso com barbatanas, assim como as sereias que liberavam suas caudas sob água. Mesmo sendo um território frio com uma variedade de terras, o local possuía entradas subaquáticas, uma delas levava para o castelo meio submerso do lorde Lirius Belmar, nele uma pequena garotinha de cabelos azuis alternava entre correr pelas entradas e nadar pela água, enquanto sua guardiã enlouquecia a cada ato da pequena.

– Senhorita Lilian, volte já aqui. Você vai se machucar.

– Olha Enit, eu agora consigo saltar vários metros. – A sereia pulava entre alguns obstáculos abaixo do castelo, voltando para a parte da superfície e em seguida pulando novamente na água.

– Por Netuno, Lilian Andrie Belmar, já está anoitecendo. Volte já aqui mocinha! – A garotinha desobediente não se importava com as reclamações e continuava se divertindo até que um alarme ecoou por todo o castelo, e guardas tritões pegaram suas armas, se dirigindo para a orla da ilha. Assustada, a guardiã segurou a sereia nos braços e correu para dentro do castelo.

Do outro lado da ilha, na praia do leste, quando o sol ia sumindo, a primeira onda de ataque surgiu na baía da ilha de Punfart, um tanto distante do castelo do lorde Lirius Belmar. Os tritões de prontidão foram pegos de surpresa, mas um foi capaz de fugir para soar os alarmes. Abissais invadiam, atacando tudo que estivesse pela frente. Não demorou muito para os soldados tritões chegarem.

Na primeira noite de batalha, foi resumida em muito derramamento de sangue. Como o lorde tritão não estava na ilha, pois havia partido para o grande conselho na Citadela, o seu irmão mais novo, Lumel Belmar, liderou as forças dos tritões contra os abissais. A guardiã da pequena Lilian, mandou a herdeira imediatamente para junto de sua irmã mais velha, na grande capital, através de um portal que conectava os dois lugares, mas que fora destruído logo em seguida.

No segundo dia, os tritões conseguiram repor suas defesas, por sua sorte, os abissais recuaram enquanto o sol brilhava, então tiveram algumas horas de preparo para uma nova onda de ataque. A resistência colocada às praias ao redor da ilha conseguiu durar mais dois dias, e avançaram com navios de guerra e uma pequena frota pelo mar. Os tritões eram muito bons em batalhas aquáticas, mas os inimigos estavam preparados. A batalha estava intensa, os dois lados tiveram grandes perdas, até que na quarta noite de batalha, os abissais liberaram uma das criaturas mais temidas pelos tritões, junto da frase que Lumel nunca esperou ter que ouvir, fez arrepiar todas as suas escamas.

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