Capítulo 31

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Hina

Todos estavam reunidos na guilda quando Robert e Alberin finalmente chegaram, Lizzy lhes contou os detalhes da investida dos abissais contra seu povo.

A preocupação e desespero estava estampado na cara da sereia, mesmo que ela não demonstrasse. Lizzy sempre possuiu uma personalidade forte, que tinha o dom natural de tirar Hina do sério com suas provocações, enxergava a bruxa como sendo sua rival, dando o seu máximo para provar ser melhor, Porém, a ruiva nunca tinha visto esse lado mais sentimental da sereia, não sabia se sentia empatia ou pena dela, pois já havia passado por algo semelhante, e não adoraria ver ninguém perdendo sua família. Ela ajudaria em tudo que pudesse, mas não deixaria que sua rival soubesse disso, ela nunca aceitaria se não fosse por Robert tomando a dianteira.

– Então por isso sua filha está aqui? – pergunta Robert.

– Pela última vez, ela é minha irmã, Rob – protesta a sereia, revirando os olhos que já estavam se enchendo de lágrimas. – O pior de tudo é que não há nada que eu possa fazer.

– Podemos ir lá ajudar. Creio que ninguém aqui se opõe – responde Robert.

– De fato, mi amigo. Nós ajudaremos você, senhorita Lizzy. – Alberin faz uma breve reverência.

– Gente, eu agradeço muito a ajuda de vocês, de verdade. – Lizzy entrelaça seus braços à sua irmã mais nova, que ainda estava de olhos vermelhos. – Mas como eu falei não tem nada que possamos fazer, a guerra já chegou lá tem dois dias, mesmo que partimos agora com o meio mais rápido de locomoção, pode não sobrará mais nada no local.

– Como sua irmã chegou aqui? Você disse que ela foi enviada quando o ataque começou.

– Creio que existam portais que conectam algumas cidades importantes à capital – responde Alberim, avaliando a situação. – Porém seu uso é restrito, pois exige muita magia, então só membros da nobreza ou da realeza podem ter acesso a ele. A jovem lady, deve ter vindo por um deles, estou certo senhorita Lizzy? – pergunta com uma piscadela para a sereia, ao mesmo tempo em que ajeita seus longos cabelos pretos atrás de sua orelha pouco pontiaguda.

– Está correto. Lili veio pelo portal do castelo de nosso pai, e como Alberin falou é um uso restrito, apenas para que ela pudesse vir, consumiu uma gema mágica todinha.

– E não podemos utilizá-lo para ir direto pra lá? – pergunta Anne, e Lizzy apenas responde com o balançar negativo de sua cabeça.

– O portal foi quebrado do outro lado, pela guardiã da Lili, para que não a seguissem. Então não podemos atravessar sem que tenhamos um lugar para sair. Além do mais, mesmo que pudéssemos fazer isso, não temos autorização para utilizar o portal, e mesmo se tivéssemos, você sabe o quanto é difícil conseguir essas gemas mágicas?

– Elas são extremamente raras, – responde Hina – encontradas em dugeons de nível altíssimo, onde apenas aventureiros diamantes enfrentam, e sem garantia de sucesso. Não há como conseguir para todos nós em tão pouco tempo.

Todos ficam em silêncio por um tempo, até Robert abrir a boca para falar o mais improvável como sempre.

– Deve haver outro jeito. Basta você querer, vamos achar um jeito juntos. Mas você precisa querer nossa ajuda Liz...

– Robert não – protesta a sereia mais uma vez, agora alterando sua voz. – Eu já disse, não iremos, não temos o que fazer. Agradeço a ajuda de vocês, mas não quero, não precisa, agora só nos resta esperar... esperar que todo nosso povo seja morto – fala aos choros. – E eu não posso fazer nada, nada para ajudar meu povo, Rob. Minha casa, minha família...

O Herói PrometidoOnde histórias criam vida. Descubra agora