Capítulo 14

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Hina

Duas semanas se passaram desde que Hina saíra da capital, – que fugira, na verdade – após seu encontro com a última pessoa que ela desejava ver. Ardiles, um antigo companheiro que humilhara a garota dois anos atrás. Isso fez com que a garota se enfiasse naquele lugar.

Hina agradeceu aos deuses por Robert ter lhe apoiado naquela noite fria, se sentira humilhada, mas acolhida. Mesmo que na maior parte das vezes eles não parassem de brigar, ter ele ao seu lado era realmente acolhedor. Parte dela estava feliz por ter encontrado alguém tão "diferente" assim, ela sabia que poderia confiar nele, queria lhe contar tudo, – toda a desgraça e humilhação que sofrera no passado – mas ainda não estava pronta, não queria que ele a olhasse com pena. Por mais que ele lhe dissesse as coisas necessárias no momento certo – bom, quase sempre.

Cada dia que passava ficava mais perto da seleção de heróis, mesmo naquele lugar, longe de Robert, seguia a mesma rotina que fazia com ele – estudos na parte da manhã, treino à tarde, descanso a noite. – Só de pensar em Robert e naquele sorriso bobo dele, Hina já se irritava. – Depois de dias sem nos vermos, o único bilhete que ele manda é aquele? "fique aí mais alguns dias, tampinha". Cabeça de arbustos idiota!

Mesmo assim, a garota obedeceu, e ficara mais alguns dias, até o dia em que acordou de madrugada, ofegante. Alguns relances do seu pesadelo tomaram forma em sua mente. A imagem de Robert se forma, sendo massacrado por alguma coisa – algo realmente sombrio. – Isso lhe causou pavor, ela soava frio, estavam há dias sem se ver. A bruxa sabia que seu amigo era totalmente inconsequente, não lhe estranharia se ele tivesse se metido em alguma coisa realmente ruim.

Nesse momento, Hina percebeu que era o momento para voltar, precisa verificar se ele estava bem, sempre que sonhava algo desse tipo, acabava se tornando de alguma forma realidade. – Ela torcia para está errada daquela vez.

Após se arrumar e preparar sua mala, logo cedo, Hina pagou sua conta na pousada e contratara uma carroça que a levaria para capital imediatamente.

Ao chegar na capital ainda cedo da manhã, Hina foi diretamente para a pousada em que eles estavam instalados. Subiu as escadas correndo, dobrou no segundo corredor e entrou na 3 porta à esquerda.

– Rob, acorda!!! – Mas ao entrar, ela se surpreende, ele não estava dormindo e nem no quarto. O que era realmente estranho, já que ele dormia até tarde. – Mas pra onde diabos ele foi?

A garota analisou o quarto antes de descer. – Algo está errado, além de acordar cedo, ele até arrumou a cama.

Hina desceu até a recepção, onde perguntou ao senhorio se avistou Robert em algum lugar.

– Ah, o jovem simpático de cabelo preto? Ele levantou bem cedo, pegou umas torradas e saiu bem rápido.

– O senhor sabe para onde ele foi?

– Infelizmente não, senhorita.

– Ok, obrigada!

A garota estava faminta, havia saído com tanta pressa em viagem, que esquecera de tomar café. Então fez uma pausa para comer, logo em seguida saiu. Enquanto caminhava, ela passou em todos os possíveis locais onde ele poderia estar, no campo de treino, na taberna, no centro. Nada, o último lugar era a guilda. – Ele realmente se meteu em alguma merda? Definitivamente irei torrá-lo. – Uma voz na cabeça de Hina dizia para ela não ir, estava com um pressentimento ruim, mas ela foi mesmo assim.

Chegando na guilda, estava tudo muito quieto – o que era incomum, sempre tinha gente bebendo. – Hina entra e pergunta ao ciclope onde todos haviam se enfiado, ele apenas responde que estavam no festival da guilda, no campo afastado da cidade. A garota agradece e ruma até o local.

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