Capítulo 29

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Robert

Robert e Alberin caminham pela cidade em direção ao templo onde se encontrava a sacerdotisa. A cidade estava relativamente calma, e o sol radiante como sempre. Após um tempo em de caminhada, o jovem arcano decide interromper o bardo que não parava de tagarelar sobre as aventuras que suas músicas contavam.

– Cara, será que não tem outra coisa pra falar ai não?

– Sobre o que quer falar? Sobre magias? Sobre a linda sacerdotisa que vamos encontrar? Sobre a bruxinha? Ou sobre o fato de você ainda não ter contado toda a verdade sobre você? – Robert o encarou desconfiado, não entendia sobre o que o meio elfo se referia.

– Do que está falando?

– Nada, só estou ressaltando o que havia falado antes. Sabemos tão pouco sobre você Robert, e o sujeito com a sua cara... Aquilo foi estranho.

– Vocês sabem basicamente tudo sobre mim, não é como se eu escondesse algo. Já por outro lado você parece ser bem misterioso, Alberin. Me conta porque você parece ser o único elfo, ou pelo menos meio, em toda a capital, mesmo aqui tendo uma diversidade de raças?

– Os elfos são extremamente reservados e orgulhosos, dificilmente saem da floresta encantada Lorenrain, em Calmart do Leste. Sem contar que é mais raro ainda eles procriarem com outras raças, isso vai contra suas regras, então nem preciso mencionar que os meios elfos não são bem vindos lá. Isso responde sua pergunta?

– Por hora. – Mesmo com o contrato de sangue, Robert ainda não confia cem por cento em Alberin. Os bardos eram conhecidos por suas incríveis lábias e artimanhas de ganharem dinheiro contando mentiras por onde passavam, mas o objetivo real do meio elfo, mesmo ele alegando terem os mesmos, sua motivação, ainda era de fato um mistério.

Os dois aventureiros adentraram na floresta ao norte da cidade, não muito longe do centro. Prosseguiram por uma pequena trilha até chegar às escadas decoradas com vegetação envelhecida.

– Chegamos. Vamos torcer para que ela esteja.

O local era extremamente calmo, Robert nunca entendeu como tal lugar poderia estar abandonado por tanto tempo. Ele avança alguns lances de escada e repara que seu companheiro ficou para trás.

– O que foi? Não vai vir?

– Ah eu não gosto de subir escadas, melhor esperar por aqui mesmo. Preciso terminar uma música e quero dá uma volta no local. – Robert não entendeu o motivo do bardo, mas preferiu não discutir.

– Tudo bem, não vá para muito longe e me aguarde aqui.

Ao subir, e chegar na entrada do templo abandonado, Robert sentiu uma energia semelhante à sua, a presença de alguém. Dentro do grande salão, havia algumas estátuas e tecidos envelhecidos. A decoração das paredes era composta por alguns símbolos e escritas que o jovem conseguia interpretar muito bem, mesmo não sabendo o real significado delas, mas conhecia que se trava de conhecimento que os deuses passavam para os humanos de geração em geração. Sua atenção se voltou quando uma silhueta se aproximou.

– Está atrasado. – Robert se virou e encarou o rosto branco de uma bela jovem de cabelos longos e pretos como a noite, amarrado com tiras roxas, seus olhos eram quase da cor violeta. Usava as mesmas vestes do dia em que se encontram a primeira vez, uma roupa vermelha por dentro e um manto branco por fora, ao lado havia o mesmo símbolo que estava estampado no arco da entrada do templo.

– Estava à minha espera?

– Sim e não. Eu sabia que voltaria, só não quando, até você chegar na entrada do templo. Mas tinha certeza que era você. – Sua voz era baixa e suave, quase tão delicada quanto a de Lizzy.

O Herói PrometidoOnde histórias criam vida. Descubra agora