Capítulo 19

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Hina

Ter seus lábios tocados foi caloroso. Aquela pontada de sentimento era algo que Hina não sentia a muito tempo, o aconchego de abraçar alguém, de se sentir protegida. Mesmo com os sentimentos relutantes, estava feliz por Robert estar ao seu lado, e quando seus lábios tocaram os dela, aquilo sem dúvidas foi ótimo. Mas, Hina ainda não estava preparada para ser tocada por outro homem novamente, pelo menos ainda não. O receio e a mágoa ainda a assombrava. Mesmo que em negação, ela sabia que não podia fugir pra sempre disso, hora ou outra teria que encarar a realidade, e a Robert, mas ainda tinha medo, muito medo.

Hina se afasta de Robert, seu rosto estava corado, e seu coração a mil. Aquilo tinha sido ótimo, mas o receio tomou conta de si.

– Está tarde, – fala Hina se afastando de Robert – acho melhor irmos andando. Irei para a pousada, Neeko levará você de volta para a casa de recuperação. Amanhã irei te visitar.

Hina nem esperou Robert responder, pegou seu cajado-vassoura e saiu voando. Aquilo que ela estava sentido era demais. Não queria estragar os bons momentos que estavam tendo com esse turbilhão de confusão em sua mente.

A noite se passou e os pesadelos de Hina voltaram. Primeiro foi com as memórias perturbadoras do passado, depois com o Robert sendo morto por uma enorme energia escura que lhe tomava o corpo e o consumia de dentro para fora. Após sonhar com isso, Hina acorda no meio da noite ofegante e suando frio. Geralmente os sonhos que tinha eram mais como premonições ou profecias, era involuntário, mas sempre acabava acontecendo igual ou algo parecido. A bruxa mordiscou os lábios e desejou que isso não passasse apenas de um pesadelo horrível.

Hina não conseguiu dormir direito pelo resto da noite, ficou bolando na cama até que se levantou quando o serviçal da pousada bateu na porta. A jovem deu um pulo e foi rapidamente atender.

– Pois não? – Pergunta Hina ao abrir a porta.

– Senhorita Don'Lyre, – fala um dos criados do estabelecimento – foi deixado essa mensagem para vocês há 2 dias, na recepção. Como nenhum dos dois apareceu ultimamente, guardamos para lhe entregar. – O jovem estendeu um envelope lacrado.

– Uma mensagem? De quem terá sido? – Pondera Hina, dando pouca importância ao envelope, jogando-o em cima da cama. – Bom, obrigada, mas tenho muito o que fazer, depois leio.

– É... Sem querer me intrometer, senhorita. – O rapaz estava com um tom de nervoso enquanto aponta para o selo da carta. – Mas receio que seja importante, melhor abrir logo.

– Hã? Por que diz – as palavras de Hina se congelaram ao ver o selo real preso à carta – Ah, que ótimo, que ótimo.

Hina entrega uma moeda de cobre ao serviçal e agradece. Se sentou à escrivaninha que tinha no seu pequeno quarto na pousada. – O local não havia muita coisa além de uma cama, um guarda roupa, a escrivaninha, seus pertences, e uma banheiro ao lado.

– Mas o que será agora? Só espero que não sejam mais problemas.

Hina retira o lacre do envelope e começa a ler.

"Caro Dr. Arcanos, Robert.
Venho por meio deste comunicado, solicitar sua presença no castelo real.
Esta é uma solicitação direta de Vossa Majestade,
rei Eliot Haxel Belmon III, o Conquistador.
Vá ao castelo daqui há exato 3 dias, contando a partir da entrega desta carta.

Mostre o selo real como passagem para adentrar.

Se não comparecer, será declarado um ato de conspiração contra a coroa.

O Herói PrometidoOnde histórias criam vida. Descubra agora