Azulzinho

3.2K 220 340
                                    

♪ N o t a s D o A u t o r
Sejam bem-vindes! Está fanfic também é postada no meu perfil do Spirit: plutaozin. Espero que gostem!

🍁

Alguém se espreitava pelas paredes, e ele conseguia sentir a presença macabra atrás de si como se esta esperasse pelo momento certo para devorá-lo.

- Padre Phelps - chamou uma voz, o dono dela agarrou seu ombro esquerdo e o fez arrepiar. Virou-se assustado, dando de cara com a Madre.

- M-madre, o que faz acordada a essa hora? - O loiro perguntou, afobado.

- Vim fazer a patrulha noturna, e o senhor? - disse a mais velha, sorrindo.

- O mesmo. Senti um mal pressentimento - ainda o sinto - e decide vasculhar os cantos da igreja. - Ele respondeu.

- Hum, "mal pressentimento"? Para mim isso é apenas vontade de espiar as moças. Sabe Travis, sou velha o bastante e por isso sei que jovens como você, estão aqui apenas por rabo de saia.

Ofendido, Travis passou uma de suas mãos nos fios rebeldes que insistiam em cair para a frente de seu rosto e, disse:

- Madre, me perdoe a grosseria, mas eu realmente não estou interessado nessas coisas. Estou aqui a pedido de meu pai, apenas quero orgulhá-lo. Além, que uma senhora como você, não deveria dizer esse tipo de coisa, principalmente das próprias colegas.

- Ah, padre, o senhor é um pouco devagar, não? Muitas delas só estão aqui pelo senhor, eu as escuto falar. Qual jovem desperdiçaria uma vida inteira em um convento? Em uma igreja velha no interior? - Perguntou a Madre, com um sorriso malicioso.

Realmente, muitas das mulheres escolheriam viver em uma cidade grande, longe das inferioridades de Norckfell. Mas, elas, resolveram servir a um Santo que nem mesmo sabiam o que ele haveria feito para ganhar esse título.

Começou a chover, chuva com gotas grossas e relâmpagos. Travis tossiu, chamando a atenção da Madre.

- Sim, talvez tenha razão. Talvez elas só estejam aqui para um dia conseguirem me espiar pela fresta do meu quarto, ou, realmente algumas delas, estejam aqui pelas palavras de meu pai e pela fé. - Falou por fim, voltando a sua patrulha.

(...)

No dia seguinte, pela manhã, deu início a missa. Ela fora curta, período de uma hora meia, porém, mesmo assim, Travis notara a presença de dois novos fiéis naquela manhã: dois rapazes, possivelmente da sua idade. Um deles usava um moletom preto, uma máscara e seus cabelos azuis estavam penteados em Marias-chiquinhas. O outro usava um moletom vermelho, seus cabelos longos e escorridos estavam soltos sobre os ombros. Ele particularmente, não desviou os olhos do primeiro rapaz, algo... o atraía para o azul de seus cabelos.

No final da missa, Travis foi chamado por Vic, a noviça mais velha, para conversar com os dois rapazes.

- Bom-dia, no que posso ajudar? - perguntou aos dois rapazes, mas mesmo assim, não desviava os olhos do menor, ato que não passou despercebido pelo outro.

- Err... tem algo de errado com o meu irmão, paspalho?! - O maior perguntou, grosseiro.

- Ahm? Ah, nada. Bem, vocês ainda não me responderam. - Disse, tentando desviar da pergunta. Ele havia encarado por quanto tempo o azulzinho?

- Nós apenas queríamos visitar um ambiente novo. - Respondeu o mascarado, apesar de não poder ver seu rosto, Travis deduziu que ele sorria.

- Sal, diga a verdade. Estamos em uma igreja, lembra?... - Sussurrou o castanho, ou ele achou pelo menos. - É feio mentir na igreja.

- Só isso? - O loiro indagou.

- Eu queria, me confessar. Eu, posso? - Ele perguntou, movimentando as mãos de forma nervosa.

- Sim, claro. O senhor também? - disse ao maior, que até o momento, só assistia a cena e era grosseiro.

- Eu? Não, não preciso dessas coisas. Sal, precisa mais... - respondeu, sussurrando a última parte. - Eu vou estar esperando lá fora.

Assim que o outro não estava mais por perto, um silêncio tomou conta do lugar e Travis, tomou a iniciativa: - Então, qual é o seu nome? Eu me chamo Travis Phelps."

O azulado parecia estar pensando longe, e por isso demorou para responder: - Sal, Sal Fisher.

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora