Notas:
A partir daqui, as coisas realmente ficam confusas.*
Vic chegou no quarto chorando, pegou umas roupas e objetos, os frascos de hormônios e colocou tudo em malas e então gritou pra mim:
— Pegue as suas coisas, nós vamos dar o fora daqui.
Eu a obedeci. Peguei tudo o que precisava, troquei minhas roupas e ela trocou as dela. Saímos pela janela do quarto. Ela estava enfim aceitando a ideia de fugirmos? No meio do caminho, ela puxou meu braço e me deu um beijo, ficou minutos apenas olhando o meu rosto.
— Eu te amo. — Foi o que ela disse e então voltamos a andar.
O que estava acontecendo? Por que ela estava tão nervosa?
Chegamos em uma casinha, a entrada era bem delicada: uma varanda. Vic bateu na porta e um homem de máscara e cabelos azuis atendeu.
— Como... posso ajudar?... — Ele perguntou, parecendo confuso em nos ver.
— Sal, sou eu, Vic. O padre...está?
O padre Travis? Então era ali que ele se escondia?
— E-está no meu quarto, consertando uma estante... — disse Sal, liberando espaço para nós passarmos. — O que houve? Você... nunca veio aqui.
— Tenho um assunto a tratar com o Travis... algo... que eu descobri recentemente... — As mãos dela tremiam enquanto falava, aquilo estava começando a me apavorar.
— Sal, sua estante está novinha em folha! — exclamou Travis, surgindo na sala. — Vic?
— Oi — cumprimentou, e então, as lágrimas de antes voltaram a tona.
— Ei, o que houve? — Travis perguntou, indo até ela.
— Eu... eu fui chamada na sala do seu pai e... e... a madre me contou uma coisa... — Ela começou.
— O que a madre lhe disse? — O padre perguntou, erguendo o rosto de Vic.
— Que... ela é a minha mãe e que eu e você... somos irmãos... Kenneth confirmou. — Finalizou, e Travis paralisou. O silêncio rodeou a casa.
— C-como assim? — Ele perguntou, mas provavelmente fora para si próprio.
— A minha mãe... a minha mãe não é ela, não é? A minha mãe era a minha mãe, não?... — Vic tornou a chorar, agora entre soluços. — Não tem como ela ser a minha mãe! Não tem...
— Vic... por favor... se acalma... — O padre pediu, sorrindo, mas seus ombros tremiam.
— Travis...
[...]
— Nós vamos a igreja — contou Vic.
— O que?! Não! — gritei. — Você não vai! Eu quero você perto de mim...
— Karin, nós precisamos ir... Não sabemos o que Kenneth está planejando, temos que ir. — Ela me explicou.
— Então eu vou com vocês! — Temei e Sal balançou a cabeça em um sim.
— Não, vocês ficam aqui. — Foi a vez de Travis se pronunciar. — Se algo acontecer, vocês podem agir.
E então, após dizer aquilo, o padre e a Vic saíram.
[...]
— Eles... estão demorando demais... —
— Eu disse, batendo o pé já impaciente.— Será que aconteceu alguma coisa? — Sal perguntou.
— Eu que não vou ficar aqui! — Me levantei, apenas escutando os gritos do mascarado para que eu voltasse e esperasse por eles. Até parece.
O céu nublado começou a engolir Nockfell e uma brisa congelante tomou posse do meu corpo, um som assutador ermegiou no ar e sem que eu podesse controlar, lágrimas desceram pelo meu rosto e uma chuva densa as acompanhou junto a um grito de desespero; que não era meu.
— Vic! — gritou o padre, seu corpo desabou e ele também começou a chorar: — Você é um monstro!
Me escondi e tapei minha boca, impedindo dos sons de agonia saírem.
— Kenneth... — disse a madre, que abraçava o corpo sangrento de minha amada. — Por que fez isso?! Por que?! Ela era a minha filha, minha! Você não tinha esse direito!
— Eu tenho, e eu fiz. Agora, Travis para dentro! — O mais velho disse, de forma amarga. — Antes que eu mate você e essa mulher também.
— Não vou entrar mais naquele lugar... se quer me matar, que faça! Por essa mulher... eu não me importo, nunca foi minha mãe... se fosse, não teria me deixado com o senhor.
— Então... essas são as suas últimas palavras? — Kenneth perguntou, prensando a arma contra a cabeça do filho.
— Acho que são... — Travis se rendeu.
— Eu não vou deixar que faça isso Kenneth! — disse a madre, ficando do lado do filho. — Eu não vou deixar você matá-lo, ele é a minha cria!
Kenneth riu: "— ua cria? Só poderia ser uma cadela mesmo! Quer morrer primeiro? É isso? Então vamos lá! — gritou e então atirou.
O corpo da madre caiu no chão; frio.
— Agora é a sua vez Travi."
O padre correu, e Kenneth atirou atingindo a perna. Travis gritou e caiu, mas voltou a correr, e Kenneth foi atrás. Assim que o Acer bispo saiu, fui até o primeiro corpo; o corpo de Vic. Ela parecia tranquila, apesar de estar tão machucada: havia um corte fino e raso no pescoço, e o tiro, havia sido no peito.
— Amor... — chamei, mesmo sabendo que ela não iria responder. Abracei-a e me deixei chorar, aos poucos, freiras começaram a vir na minha direção, elas tentaram me tirar de perto de Vic a todo custo. — Me larguem!
De repente, uma forte dor de cabeça me atingiu e tudo ficou escuro.
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A Cor do Pecado é Azul
Fiksi PenggemarTravis Phelps é um padre noviço que prega no velho ministério de seu pai, Kenneth, que está fora da cidade temporariamente. Sua vida nunca foi um mar de rosas, longe disso, sempre foi a mais bizarra possível e isso pareceu piorar cada vez mais com a...