Sangue - Larry

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Hoje parece que o sol resolveu não sair, está frio e triste lá fora.

“Lá fora”, faz mais de semanas que estamos dentro de um porão, sem poder fazer nada. Travis disse que iríamos treinar, mas ainda não fizemos nada...

— Larry? — Sal chamou, se aproximando. — Está tudo bem?

— S-sim. Ei, quando o padre pretende nos “treinar”? — pergunto, fazendo aspas com os dedos.

— Pare com isso Larry, ele já está nos testando.

— Está? Como? — Estou surpreso que Travis esteja fazendo algo.

— Não sei o que exatamente, mas ele me contou que está nos testando — diz, me dando um olhar de repreensão pelo o que eu estava dizendo antes.

— Ha, vendo se nós conseguimos lavar pratos e roupas? — debochei, essa fuga, é uma piada.

De repente, senti algo entalar em minha garganta. Levei a mão até a boca, tentando impedir que a coisa saísse.

— L-Larry... — Olhei para o lado, havia muito sangue.

De onde estava vindo? Foi quando eu percebi, estava vindo dele.

— Sal! — O peguei em meus braços, enquanto sangue e mais sangue escorria.

— Isso dói Larry... Por que... Por que você fez isso?... — perguntou, passando as mãos manchadas no meu rosto.

— Co-como assim? Sally...

Uma visão horrenda surgiu diante de mim: Karin e Vic caídas no chão de mãos dadas, cercadas por sangue. E Travis... Estava pendurado no teto.

— Eu... Fiz isso?... — perguntei.

— Por que, Larry?... — Me questionou, fechando os olhos.

Uma dor aguda atingiu meu peito, e eu já não estava mais ali com eles. Eu estou no meu quarto: um cômodo do porão que é separo por um lençol branco e velho. Tossindo sangue.

— Larry! — Sal gritou, entrando no quarto, sorrindo. — Você está acordado!

Ele... Não está morto! Que bom...

— Sal... — Ergo minhas mãos, tocando o rosto dele.

Mas logo tudo fica escuro.

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora