Final

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Notas:
Tem um fato nesse capítulo, que vocês vão odiar :>
E outro que é muito confuso. Mas, esse é o final, e me desculpem por não postar no dia que falei :'3
Obrigada por tudo pessoas~

*

Os olhos despertaram. O corpo dolorido dando sinais de vida. Onde ele estava? Onde estavam seus amigos? E Sal?...

— Aqui está ele, pessoal! — exclamou alguém.

Passos viam em sua direção, e agora ele estava notando que tinham destroços em cima de si. Olhou de relance para o lado, uma capa negra e uma máscara estavam jogadas entre uma espada neon.

— Pai… — sussurrou, tentou esticar a mão até os pertences do homem, mas seus membros não mexiam. 

Logo a dona da voz apareceu, acompanhada de seu amigo ruivo e cambaleante. Ela brilhava em azul, e um dos seus olhos estava completamente banhado em branco leitoso.

— Travis! — gritou, se agachando ao lado dele. 

Ele escutava outra voz gritar dentro dela também, uma voz que ele conhecia muito bem. Como não conheceria? 

Sua visão estava turva, e seu corpo não queria seguir os comandos do seu cérebro e nem do coração. Sal estava ali, mas ao mesmo tempo não estava. O Sal que ele conhecia não era aquele em Ashley, era um que ele nem mesmo sabia se existia de verdade. 

— Como se sente? Você caiu de uma altura absurda! — ela disse, tentando tirar cada pedaço do templo de cima dele.

Estava perdendo os sentidos, mal conseguia assimilar o que estava acontecendo e se sentia péssimo fisicamente e mentalmente. O Sal que conhecia estava bem? Ele tinha acabado de desmaiar na sua frente… em seus braços. E os demônios? E Larry? Vic e Karin? As duas ficariam bem sem ele? Vic era sua amada irmã.

— Vic… — chamou rouco.

Ela provavelmente não escutaria. Não passava de algo que viu enquanto estava desacordado nas ruínas. 

— Pronto! Todd nos ajude a tirar ele daqui, você consegue? 

O homem balançou a cabeça em afirmativo, ele podia estar fraco e perdido, mas pelo jeito, muito menos que Travis. Os dois levantaram o corpo sem movimentos do traidor do culto, e o levaram para fora dos destroços. Com o cansaço e a dor, os olhos negros voltaram a se fechar.

Travis estava de volta onde ele melhor conhecia: o mundo onde Sal era seu, e somente seu. Um mundo louco onde ele não entendia o que acontecia, mas amava mesmo assim. Porém, talvez não fosse seu mundo, porque se fosse, ele estava diferente. Agora eram memórias do que havia passado com eles, e vozes e mais vozes dos seus demônios dizendo que ele tinha que voltar para a realidade. 

— Eu não quero! — exclamou, com toda a força dos seus pulmões.

O lugar tinha pouca luz, e essa mínima luz vinha das memórias do outro mundo. Os demônios ocupavam muito espaço no vazio da mente de Travis, ecoando com suas vozes tenebrosas.

— Você tem que voltar… 

— Se quer tanto vê-lo…

— Tem que voltar…

O vazio o engoliu por inteiro, e então ele pode ressurgir na superfície. No mundo real, sem pessoas que ele amava e que o amavam. Ashley estava sentada ao seu lado, sorrindo radiante por vê-lo acordado de novo. Estavam em algum quarto, cheio de posters antigos de filmes e séries de televisão. O quarto de Sal. 

— Você está vivo — disse a voz dentro de Ash, a mão brilhante deslizou delicadamente no rosto pálido e doente de Travis. — Pensei que havia morrido quando se jogou com seu pai…

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora