Meça suas palavras - Larry

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Hoje finalmente Sal pregou os olhos. Depois de dias sem dormir. E como sempre, estou ao seu lado. Quero muito contar a Henry e minha mãe o que aconteceu, mas acho que se eu disser uma palavra sobre a noite passada, Sal nunca mais fala comigo. É uma coisa só dele. Mas, eu tenho a sensação, que o padre está envolvido nisso. Sal não quer me contar o que eles andam conversando, o porquê de se encontrarem todo santo dia! Odeio ficar fora do assunto, principalmente quando envolve ele.

- Larry. - Ash chama, entrando no quarto de fininho. - Ele está bem? Vocês voltaram tarde ontem.

- Ele... está bem, Ash. Está dormindo - respondo, sem olhar em seu rosto, a única coisa que consigo olhar agora, é Sal.

- O que aconteceu? Eu... ouvi alguém chorando. - Ash, é uma velha amiga nossa, e minha namorada. Ela é muito insistente, mais ainda quando Sal é o assunto.

- Crise existencial - minto. Não gosto de mentir, mas o carinha que vai ter que contar tudo.

Ela apenas solta um "ah..." e deixa o quarto. Às vezes acho que ela não quer nada comigo, e sim com Sal, mas então, lembra dele se confessando gay há 8 anos atrás. Ela começou a dar em cima de mim e a tratá-lo como um filho, alguém que tem que proteger, por isso, eu chamo nossa equipe de: guardas costas do Sally. Nome incrível e totalmente original.

Ouço Sal resmungar enquanto dorme, certamente ele está tendo outro pesadelo. Suspiro. Não quero sair do lado dele, não agora. Mas sei que o universo está conspirando contra mim, quando alguém bate na porta e eu tenho que atender. Vou até lá e atendo de forma simpática:

- O que é?! - pergunto. - Tenho coisas mais importantes, adianta o papo.

- Er... Sal está?

Não acredito no que os meus olhos dizem, é o padre dos infernos?

- Por que você quer falar com ele, e por que eu deveria deixar? - Estou como um cão raivoso, não fico assim desde os meus dezoito. Me sinto velho agora.

- Eu lhe devo alguma coisa? Fiz algum mal? - Ele fala, com um sorriso sonso. O padre finalmente mostrou quem é? - E-eu só quero falar com e-ele.

Não.

Ele está estranho, parece pálido e cansado, assim como também, outra pessoa.

- Me fala, o que você anda conversando com o Sally? O que você fez com meu irmão?! - pergunto, já sem paciência.

- Eu?! - Ele exclama, alterado. Esse padre... andou bebendo? - Pergunte ao seu irmão o que aconteceu na noite passada! Olha, eu sei que talvez, aos seus olhos, eu só queira me aproveitar dele! Eu não sei o que vocês passaram mas eu o amo verdadeiramente!

Fico sem me mover. O padre está chorando, bem na minha frente. Seus cabelos loiros estão bagunçados, não dorme por provavelmente, sete dias, suas roupas estão amarrotadas; vestidas de mau jeito, tem um hálito fétido e seus olhos estão vermelhos e inchados.

- Você... está bem? - É a única coisa que eu consigo dizer. Estou em transe. Primeiro Sally, e depois o boboca do padre.

- Não sei... eu... acho que eles me pegaram... - Ele responde, voltando a chorar intensamente. Até mesmo, desaba no chão.

Não sei consolar pessoas - e também não faço ideia do que ele está falando -, mas tento o possível para fazê-lo parar de chorar, até mesmo, por causa do sono milagroso de Sal.

Depois de um tempo, ele começa a me explicar o que falou para Sally.

- Me declarei para ele - começa. - Sei que fui rápido demais, eu... só não queria guardar todos aqueles sentimentos. E então, eu cai a ficha: ele provavelmente não sente o mesmo, talvez possa nem gostar de homens ou talvez, queira um tempo pra respirar...

O escuto camalmente. Suspiro, é minha hora de falar:

- O Sally, sempre teve problemas emocionais, uma estabilidade baixa do psicológico e uma autoestima de merda - ele me olha de forma estranha provavelmente pelo palavrão, mas ignoro. - Por isso, ele nem sempre era aberto com a gente, até oito anos atrás. Quando nos contou sobre sua orientação sexual. Foi aí que vi que eu precisava saber mais do meu irmão. Proteger ele e procurar sempre perguntar o que ele sente. E se ele não me responder, eu investigo, como fiz com você.

Naquele momento, eu fui escutado e escutei. E depois, até mesmo, o levei de volta para igreja. Porém, algo muito estranho aconteceu, no meio do caminho. Travis se agachou de repente, pressionando o estômago; orfegava e se contorcia.

- Ei! Você está bem? - Acho que essa foi a pergunta mais idiota que já fiz. Claro que ele não estava.

Me assustei quando ele se apoiou em mim e agarrou minha camisa; gritando. Sem saber para onde ir, acabei o carregando no colo até em casa - não podia entrar naquela igreja com ele desse jeito. Claramente, todos já estavam lá, e Sal acabou acordando com os gritos de Travis.

- O que está acontecendo? O que houve com ele? - Todd pergunta, ele parece calmo mas sabemos que não está.

- L-liga pra ambulância! - É o que consigo dizer, porque pensar não está mais nas minhas coordenadas.

- Travis?! O que ele tem?! - Sal perguntou, se agachando ao lado do sofá, onde deixei o padre.

- Todd já fez uma pergunta parecida, benzinho - diz Ash, tocando no ombro de Sally.

- Onde você o encontrou? - Neil pergunta.

- E-eu fui com ele na igreja, no meio do caminho ele se sentiu mal. Foi de repente! Não sei o que que tá acontecendo! - grito, já sem paciência.

Acho que vou socar a cara de alguém a qualquer momento.

Notas:
Começaram a perceber a esquisitice dessa fanfic? Essa é a hora de definitiva de você sair correndo daqui sksk
Bem gente, eu só quero dizer que fico feliz com o feedback de A Cor do Pecado é Azul - mesmo ela sendo uma mistura muito louca de informações má planejadas. Tipo muito! Eu sou grata a isso, tanto aqui como no Spirit ela foi bem recebida. Em nome também da minha amiga fã de Salvis - foi ela que me colocou nesse meio - agradeço os votos e visualizações.

Beijos e até a próxima (que no caso é daqui a pouco ksks)


A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora