Transbordando (pt.1 ao 3)

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Uma semana. Faz uma semana que não vejo o Travis... e... eu não quero ir a igreja. E se ele ainda estiver doente? Não quero vê-lo deitado em uma cama novamente...

— Droga! — exclamei, batendo as mãos na mesa. Levantei, me dirigindo a porta, eu estava tomando café, mas meus pensamentos não param de me acusar.

— Sal, aonde vai? — Larry pergunta, provavelmente ainda assustado por eu ter batido na mesa; seus olhos estão arregalados.

— A igreja... Não consigo parar de pensar no Travis... algo nisso tudo não me cheira bem... — Abro a porta, dando passos pesados até a catedral.

A construção continua a mesma. Por algum motivo, achei que ela teria mudado, mesmo só tendo se passado uma semana. 

— Oh, jovenzinho! — chamou um homem, era o mesmo que estava no hospital. — O que faz aqui?

— Vim ver o padre, ele já está melhor? — perguntei, sem saber se ele iria me responder sinceramente. Travis não gosta do pai, e eu não sinto nada de bom nele.

— Está ótimo! — exclamou, com um sorriso gentil.

— Eu... posso vê-lo? — O sorriso se desmanchou, ele havia mentido.

— Sinto muito jovem, ele está ocupado no momento, volte outra hora — respondeu.

Hesitei, algo estava muito errado.

— Eu espero, tenho bastante tempo. Além que, eu posso orar pela vida dele aqui... — Percebi o olhar furioso por detrás do sorriso bondoso, ele foi me empurrando para dentro da igreja.

— Vou... trazer algo para você beber — disse, me deixando sozinho no templo.

Me ajoelhei diante do altar e comecei a rezar — não menti quando disse que iria orar por ele. Tempo depois, o pai de Travis apareceu com um copo e atrás dele, Larry e Todd...

— O que estão fazendo aqui?! —pergunto, nervoso.

Larry diz que quando estou nervoso, não tem graça, porque a minha voz não sai como de uma pessoa zangada... culpa da máscara. 

— Viemos te buscar, estava demorando demais! — exclamou Larry, batendo o pé no chão. 

— Eu não sou criança! Tenho vinte e oito anos, posso me virar! — gritei.

— Eu vim como acompanhante, estava comprando pilhas e o Larry me forçou a vir — Todd disse.

O senhor Phelps me entregou o copo, e olhou em direção dos dois intrusos. 

— Sal, como meu filho está ocupado e seus amigos estão aqui... vá com eles, juro que Travis irá lhe visitar. — Ele falou, com o mesmo sorriso bobo.

Bebi da água e o entreguei o copo.

— Como... sabe meu nome?

— Travis me contou, no dia do hospital.

— Ah... sim, entendi.

Saimos da igreja sem causar confusão, talvez porque Larry não se encontrou com Travis.

— Que cara mais estranho esse pai do padre! — Larry exclamou. — Você vai ter trabalho com esse seu sogro, Sal.

— Concordo que o tal Acer bispo é muito estranho... provavelmente ele nem sabia onde estava o filho... — disse Todd, que deu uma batidinha no meu ombro. — Ei, que história é essa de sogro, tigrão?

— Nada, coisa da cabeça do Larry... — respondi, arrancando um suspiro de Todd. 

— Achei que finalmente você teria alguém para nos apresentar! — Ele exclamou, descontente.

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora