Esse não é um lugar seguro - Travis

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Notas:
Esse capítulo foi escrito em uma época diferente dos outros, então ele tam uma narração diferente, meio parecida com a do prólogo.

*

— Por aqui — chamei, sinalizando que o grupo me seguisse de maneira sorrateira. — Estamos perto do território inimigo. 

Com mais cinco passos estamos na cozinha. Lá está Larry, vivendo tranquilamente no seu habitat natural, mal sabe ele que um bando de adultos com atitudes adolescentes, estão prestes a acabarem com a paz.

— Atacar! — grito, e todos correm em direção ao rapaz barbudo preparando um sanduíche, e quebram ovos na sua cabeça.

— Que merda vocês estão fazendo?! — Ele exclama, passando a destra nos fios castanhos. — Vocês sujaram o meu cabelo e estragaram o meu sanduíche.

— Nós não temos nada melhor para fazer e, pensámos em acabar um pouco com a sua vibe. — Karin explica, limpando a camiseta que ela pegou emprestada da namorada.

— Vocês são demônios. — Larry xingou, ele realmente ficou chateado.

— Larry, o que nós combinamos? Sem demônios ou fantasmas ditos em casa — repreendeu Sal.

— Certo, certo... Mas que diacho. — Sal olhou para o irmão, descontente.

— Diacho é o mesmo que Diabo, e, Diabo é o mesmo que demônio, Larry. — Sal falou.

Dentro de casa, ele gosta de ficar sem máscara — na verdade, isso foi um pedido meu —, então vemos as suas expressões com mais facilidade. Consigo ouvir Larry sussurrar vários impropérios contra o irmão, ou pelo motivo de estarmos todos no porão de um colégio interno. Quer dizer, um porão com cara de apartamento barato.

— Ei, Travis, posso falar com você? — pergunta Sal, me chamando para a sala.

— C-claro.

Vou até onde ele está em pé: olhando para as pessoas do lado de fora, correndo acima de nós. 

— O que quer falar? — pergunto, e ele me encara com seus olhos azuis. 

— Quando... Nós iremos poder voltar para Norckfell? — Oh, era isso. Sally perguntou muitas vezes sobre isso, mas era de se esperar.

— Muito em breve. Eu me sinto mais estável; Karin e Vic treinaram bastante, assim como você e o Larry.

— Sinto saudade de casa. Do meu pai, da Lisa, do Todd, Niel e Ash... — falou, meio cabisbaixo.

— Eles estão bem, não se preocupe. — O abracei, Sal é quase do meu tamanho, apenas um ou dois dedos menor. 

— Como pode ter tanta certeza? — perguntou, me abraçando de volta.

— Eu sinto. Só sinto...

— Se você sente, então esse lugar não é seguro... — respondeu.

— Como assim? — digo, surpreso.

— A sua casa era um lugar seguro para você. E agora não é mais...

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora