Onde almas morrem

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Pó. Havia muito pó na bancada da igreja, e Travis resolveu tirar de lá. Ele estava com medo; medo do que Sal disse. 

“— Quando eu me mudei pra cá, havia um demônio no apartamento do Larry. E um tempo depois, ele foi exterminado com a ajuda de Todd. Achávamos que ele havia morrido ou ao menos sumido e qu não iria nos incomodar, nunca mais."

Um demônio. E ele estava seguindo Sal. Parece louco, mas Travis viu, e Vic também. Então não era algo só na cabeça do Fisher.

— Padre — Vic chamou, entrando pela porta principal da igreja. — E então? Descobriu o que ele fazia àquela hora?

— Ele errou o horário que a igreja abre, só isso — respondeu Travis.

— E o homem que estava com ele? Quem era? — Ela voltou a perguntar.

— Vic, por favor, falaremos disso mais tarde. — Se retirou.

— Travinho, quando você vai me perceber?... — Ela sussurrou, assim que a porta bateu. — Eu continuo sendo o mesmo Luka...

(...)

Do lado de fora da igreja, Travis assistia as folhas muchas das árvores caírem, até que ouviu alguém o chamando. Era Sal, ele estava vestido com as mesmas cores de sempre, o cabelo estava igual, mas, a máscara era diferente, totalmente branca.

— O que faz aqui? Passeando? — Travis perguntou.

— Não, eu fui meio que forçado a vir. — O azulado respondeu.

— Forçado? Por quem? Não vejo ninguém.

— Minha própria consciência. Eu iria me arrepender se não viesse te ver.

Travis deixou um sorriso bobo aparecer em seus lábios: — Mesmo? Sabe que fez mais isso por si próprio, não é?

— É, acho que sim. Mas eu tinha um mau pressentimento, algo como: se você não for, ele vai amanhecer morto — Sal explicou, rindo frouxo, como se quisesse tirar o peso do que disse.

Travis arregalou os olhos, assustado. Mas então suspirou, levando tudo aquilo para longe. Passou a mão pelo cabelo do rapaz, admirando.

— Sal, eu gosto dos seus cabelos — disse, sorrindo. — Eu gosto deles porque me lembram o meu quarto, meu ponto seguro. E também, porque me lembram um  antigo amigo.

— É? Onde está o seu amigo? — Sal perguntou, sem tirar a mão de Travis.

— Eu não sei, mas provavelmente ainda no internato — riu, retirando a mão. —  Aquele lugar é definitivamente onde as almas morrem.

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora