Visitas particulares pt.1 - Travis

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Aquela noite, foi amedrontadora. Os barulhos no meu quarto, como se alguém estivesse ali comigo, apenas querendo que eu fosse até ele. Foi tão real.

Sem conseguir dormir mais, levantei na madrugada; exausto. Era 3:40 da manhã, por isso, fui cuidadoso para não acordar as freiras. Mas, não cuidaso o suficiente. Vic estava acordada, olhando o campo pela janela.

- Vic, o que faz acordada a essa hora? - perguntei, me aproximando dela.

- Padre, aquele não é um dos rapazes de ontem? O que ele quer aqui? - disse ela, apontando para o lado de fora da janela e ignorando minha pergunta.

Olhei para onde ela havia apontado, e avistei Sal, andando de um lado para outro no campo, ele ficou assim por bastante tempo e depois foi embora. Eu poderia jurar que vi algo o seguindo, e pelo jeito, Vic também.

- P-padre você viu?

- V-vi? Não, n-nós não vimos nada! - respondi, esquecendo do movimento estranho no campo e voltando a caminhar pela igreja.

(...)

- Padre - chamou a Madre, entrando no escritório. - A irmã Vic acaba de me contar que o senhor e ela viram o visitante de ontem no campo, atrás da igreja.

- Sim, ele estava aqui. - Eu respondi, sem a olhar, estava arrumando uma prateleira.

- Ela disse, que ele estava agindo estranho e que havia alguém com ele. Mas não era o irmão. O senhor viu a mesma coisa? - Ela parecia desconfiada, e por isso me lançava o olhar de um abutre.

- Eu não tenho certeza, madre. Era madrugada, 3 horas da manhã, poderia ter sido qualquer coisa.

Ela pareceu pensar um pouco antes de me responder: - Não acho que estejam enganados. Vão até a casa do rapaz e perguntem o que ele estava fazendo aqui.

- Como? Madre, ele está calmo em sua casa, para quer perturbá-lo? E se ele veio aqui para rezar?

- Você sabe que não foi isso. A igreja abre às 5 horas!

- Mas, não é demais irmos procurá-lo? - perguntei.

Ela não respondeu e logo se retirou da sala. Tive a conclusão que realmente teria que ir na casa de Sal. Não seria difícil encontrá-la, a igreja pede os endereços dos fiéis para que possamos estar trabalhando com eles, então só tive que olhar a caderneta.

Assim que encontrei o endereço, percebi que não era tão longe, então, fui sozinho para lá.

(...)

De frente para a porta, respirei fundo e tomei coragem para batê-la. Logo ouvi alguém gritar para esperar. Um homem alto, de tranças, apareceu na porta e junto a ele, outro homem de cabelos vermelhos.

- O que deseja? - perguntou o segundo homem.

- E-eu queria falar com Sal Fisher. - falei, um pouco nervoso.

- Oh sim, Salio! - O mais alto gritou e uns minutos depois, Sal apareceu na porta com seus cabelos azuis molhados, jogados sobre os ombros.

- Padre, você por aqui?

**

Notas:
Os capítulos são bem curtos, e vou tentar ir revisando eles depois. Eu ia juntar as partes, mas acho que vocês podem querer a mesma experiência do pessoal no Spirit.

A Cor do Pecado é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora