9 anos antes...
Era um dia como qualquer outro, e eu estava mais uma vez naquela escola, tão diferente daquela em que meus amigos cantavam e dançavam, e meu armário era preto e tinha tesouras coladas. Não, nessa escola eu não tinha amigos — e o único amigo que eu tinha, acabou se mostrando um... Criminoso. E isso parece ainda pior quando isso acaba em um novo alter, porque não havia quem lidasse com aquele novo trauma.
Era tudo culpa minha.
E como nada é tão ruim que não possa piorar, quando cheguei na escola, fotos e vídeos haviam se espalhado em todas as redes sociais, todos na escola sabiam o que Olívia Macedo havia feito em um dos quartos de hóspedes da casa de Heather James, com Ashton Walker — também conhecido como Ash — durante uma festa no fim de semana passado.
E era tudo culpa minha.
Daniel, Pauline, Sam... Qualquer um podia dizer que não — até Leah, veja bem, Leah! Até ela tentou me convencer de que o único culpado por ter me usado — e à Olívia — era o cara que estava sentado em cima de sua carteira no fundo da sala, rindo de qualquer coisa que alguma das meninas estivesse dizendo — provavelmente de como "eu" fui incrível, ou sobre o fato de "eu" ser uma aberração. Não, eu sabia que a culpada de tudo aquilo era... Eu.
E eu fiz de tudo para acabar com aquilo o mais rápido possível, mas Heather tinha que piorar a situação, e ali estávamos nós no bosque atrás da escola.
Ela ria, e seu grupo de amigas estilo "Meninas Malvadas" ria junto, enquanto um canivete sujo de sangue pendia em sua mão, aberto. Filetes de sangue escorriam pelas minhas bochechas, e eu fechei os olhos por alguns instantes, bloqueando qualquer outro alter de tomar o meu lugar. Não, ninguém sofreria aquela punição por mim. Eu merecia estar ali.
— Tira a roupa. — Heather falou, séria, apontando a lâmina afiada em minha direção, e um sorriso malicioso surgiu em seu lábio quando eu hesitei. — Ah, qual é, não tem nada aí — ela fez questão de indicar todo o meu corpo com o canivete — que não tenhamos visto, de qualquer forma. — o sorriso se apagou, instantaneamente. — Tira a roupa!
Senti as lágrimas encherem os meus olhos, mas tranquei o maxilar, impedindo as lágrimas de caírem. Ao em vez disso, deixei que um lado dos meus lábios se levantasse, em escárnio, enquanto eu jogava minha mochila no chão e começava a passar a blusa pela cabeça. Tirei o suéter que eu vestia para me proteger do frio junto com a blusa de mangas curtas que havia por baixo. Joguei-os juntos no chão, então desabotoei a calça jeans, tirando-a junto com as sapatilhas — felizmente fora Sam que acordou no corpo aquela manhã.
Abri os braços, expondo todo o meu corpo, de calcinha e sutiã.
— Feliz? — rosnei, e um sorriso de escárnio e malícia surgiu em seus lábios novamente, e ela meneou a cabeça.
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TDI - Transtorno Dissociativo de Identidade
RandomVocê já esteve em uma situação tão traumática, tão traumática, que não tinha capacidade de aguentar a carga emocional ou física que ela te dava? Uma situação tão ruim, tão ruim, que você achou que não iria sobreviver? Agora, imagine como seria fugir...