— Você tem certeza que vai ficar bem sozinha? — Charlie me perguntou, já na porta da frente e eu sorri, ajeitando a lapela do casaco cinza que ela adorava usar no inverno.
— Amor, você sabe que eu nunca estou sozinha. — falei, ficando na ponta dos pés para lhe dar um selinho. — Isso às vezes é um saco. — sussurrei em seu ouvido.
— Concordo. — Charlie sorriu de volta, mordiscando o lóbulo da minha orelha.
Eu senti isso! Banguela gritou em minha cabeça.
Eu ri baixinho, apoiando meu corpo no mais alto de Charlie, dando-lhe um beijo na bochecha. Quando nos afastamos, Charlie me olhou com uma sobrancelha arqueada.
— O que foi? — perguntou, com um sorriso estranho nos lábios.
— Só estou pirraçando Banguela. — falei, e elu rolou os olhos, rindo.
Ninguém entendia muito bem porque Banguela não gostava de Charlie — a não ser ele mesmo. Ele não deixava ninguém, além de Leah, ter acesso a essa informação, o que sempre tornava difícil a nossa comunicação com ele, mas ele insistia em não confiar plenamente em Charlie — principalmente quando Leah estava no comando.
Vocês são nojentos.
Talvez se você fizesse alguma coisa, você não ficasse tão mal-humorado.
Eu sou um dragão! Não faço esse tipo de coisa.
Mais uma risada escapou entre os meus lábios, e senti Jorge me abraçar por trás, surpreendendo-me com sua respiração em meu ouvido.
— O que foi? — perguntou, sussurrando em meus ouvidos, causando-me arrepios por causa de sua voz profunda.
— Banguela e Olívia estão discutindo. — falei, com os olhos fechados, sua voz criando imagens em minha mente.
Lorraine! Olívia e Banguela gritaram juntos no meu ouvido, e eu fechei os olhos, fazendo uma careta.
Filhos da puta!
Olha só como você fala comigo. Ralhou Banguela e eu rolei os olhos.
— Está tudo bem? — Jorge perguntou, virando-me para me olhar, preocupado.
— Está tudo ótimo. — falei, sorrindo e lhe dando um selinho, também ficando na ponta dos pés para isso. — Você não tem que trabalhar?
— Não quero. — ele fez um bico adorável.
Eu vou chutar as bolas dele se vocês não pararem com essa boiolice agora. Suspirei pesadamente, e Jorge riu, e eu lhe dei um tapa. Bem feito!
Você não tem coisa melhor pra fazer não?
Não.
— Ele está enchendo o saco tanto assim? — perguntou Charlie, aproximando-se de mim por trás, e eu soltei um gemido de frustração, apoiando a cabeça em seu ombro.
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TDI - Transtorno Dissociativo de Identidade
RandomVocê já esteve em uma situação tão traumática, tão traumática, que não tinha capacidade de aguentar a carga emocional ou física que ela te dava? Uma situação tão ruim, tão ruim, que você achou que não iria sobreviver? Agora, imagine como seria fugir...